A minha história é sempre assim -
Vidas em tentativas,
Na ponta da faca batendo.
Por mais que sangre -
Continuo ali na peleja.
Pelejo um dia -
Pelejo agora -
Pelejarei amanhã.
Sabe quando tu sonhas algo,
Por mais que tu desejas parece inatingível,
Que está tão alto de uma maneira que não consegues alcançar.
Não quero e nem pretendo saber que eu fui. Mas, às vezes, bate aquela intuição forte,
Mesmo não querendo acreditar nas teorias que me vem à cabeça.
Por hora, tenho a nítida sensação de não pertencer a este lugar e, em outro momento pensar que finquei raízes aqui -
Em outras vidas -
Que percorri estes lugares na época em que tudo aqui era fazenda.
Talvez seja a questão de liberdade, o fato de sempre me encontrar presa em armações de concreto.
Pela janela olhando -
Tento imaginar estes morros sem casas e nem barracos.
Os arredores sem as fábricas -
Sem a fumaça que polui o ambiente, os rios cheio de vida, rodeado por verde e não com o entulho que não o deixam respirar.
Quantas vezes, já percorri estes mesmos caminhos com os pés descalços sentindo a energia sobre o meu corpo?
Quantas espécies de pássaros aqui existiram?
Algumas ainda sobrevivem apesar da poluição.
Amo este lugar e, ao mesmo tempo detesto!
Ele me prende aqui -
Faz-me sem alguma oportunidade que combina com a minha alma.
O que desejo vai além de toda e qualquer convicção palpável.
Agora é manhã de domingo, precisamente 07 h e 23 minutos.
Ainda se faz silêncio, a maioria das pessoas estão dormindo.
Ouço apenas o barulho de alguns cães latindo, pássaros, às vezes, um galo cantando ou o som de tiros entoando no ambiente.
O momento que aproveito já que, não fui trabalhar para confeccionar este texto começado há dois dias e que, não conclui pela falta do silêncio.
Este é outro tormento por aqui, a falta de privacidade para escrever.
E quando não exerço a minha arte, pareço não respirar -
Não viver.
Este é o combustível para não enlouquecer neste mundo e neste lugar que me mantém presa,
Em vidas na peleja -
Pelejo um dia -
Pelejo agora -
Pelejarei amanhã.
Continuarei assim -
Até quem sabe não sei lá quando.
Atingir aos meus objetivos.
De poder não somente enxergar como também compartilhar de um mundo com mais respeito e educação.
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