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terça-feira, 31 de maio de 2022

Velhos caminhos

 


A humanidade –
Perdeu-se tentando redesenhar um novo caminho.
De igual maneira agem –
Conchavos com os seus iguais,
Vinculando-se em panelinhas.
Quanto aos detratores,
Passam por cima –
Dizimando a qualquer custo:
Os opositores.

A resiliência –
Tinta invisível tatuada na alma.
Com pressa,
Sem a menor chance para dar errado -
Mas com todas para se embrenhar aos espinhos.

Quantos mais desentendimentos acontecerão?
Distúrbios civis –
Falhas de caráter –
Atropelando pessoas de bem,
Não há o menor escrúpulo.

Sobrevivendo a batalhas sem fim,
Uma guerra continua,
Onde não há ganhadores.
Somos peças marcadas,
Os perdedores.

Macabra realidade,
Na segregação social.
A cor da pele é apenas uma desculpa,
Para tal disputa –
Aguardando o momento crucial,
Para dar o bote.
Saber quem vai vencer:
A este cabo de guerra desleal.
Onde já se presenciou,
Tanta imparcialidade –
Neste jogo de crueldade.

Pessoas inocentes ou não,
Tanto faz,
Julgadas por suas condições.
Na hora errada?
No lugar errado?

Será que isso ainda existe?
Persiste numa ínfima adversidade,
Quando podemos exercer,
A mudança de chave –
Para a transformação.
Será que a hora já passou?
Ou dos nossos atos –
Não há a coesão?

Vozes cessadas


O horror na mente,
Não é simples alucinação.
Duros percalços,
Palavras de ordens –
No medido tom,
Ligando o dispositivo –
Da manipulação.
Entorpecendo corpos,
Esfriando os sentimentos.
Ações desumanas,
Com total desprendimento.

Tornando-nos vulneráveis,
Por dentro –
Morrendo pouco a pouco,
Sem ao menos sentir,
Deteriorando.
Aniquilando pensamentos,
Derrotando o raciocínio.
A lei pautada na involução,
Vil constatação.

De mãos e pés atados,
Testemunhamos –
O cessar dos direitos,
Em uma direita podre.
Atônitos –
Vozes cessadas –
Gás de pimenta,
Ou lacrimogêneo:
Sobre os rostos da oposição,
Mais uma vida interrompida.

O sistema capitalista,
No comando de tudo.
Mentes opressoras,
Na covardia –
Calando os cidadãos.

Abastado sistema monetário,
Compra-se à todos –
Ou quase tudo.
Não acaba com a fome de milhões,
Até quando suportaremos:
Cruéis situações?

Um governo recheado,
Com tristes desmandos.
O povo –
À míngua ou ao Deus dará,
Em desarmoniosa humilhação.
De um lado ou de outro –
Açoitados.
Políticos corruptos –
A corrupção –
Quem não compactua,
À sangue frio:
Demonstra o poder do algoz,
Dando um jeito para existir.

O dinheiro –
Corrompendo os bons,
Muitos absurdos –
Total divulgação.
Furtos e mais furtos,
Os produtos roubados,
Na maior cara de pau -
O principal, a paz.
Ao prêmio óleo de peroba,
Fica difícil,
Pela concorrência –
À mercê de crimes brutais.
Plena iminência do descaso,
Ultrapassando o absurdo.
Não levando apenas os pertences,
Mas a honra e a vida.

A ganância e o poder desnecessário,
Inocentes em riscos –
Um banho de sangue...
Mais outro.

Até quando suportaremos –
Tais desmantelos?
De uma sociedade,
Em meio a carnificina.
Jogo sujo –
Mar de lama –
Em plena mídia.
A lavação de roupa suja,
Sempre acaba do mesmo jeito:
Os cofres da grande minoria,
Repletos de grandes quantias.
Enquanto, morremos –
Sem direito a nada.
Muito menos –
À dignidade.
Tachados como bandidos –
O nome manchado.
O corpo – A carne marcada –
A memória destroçada.

segunda-feira, 30 de maio de 2022

Ilusório


Tudo gira em torno da incerteza,
Onde devo buscar a força que não tenho?
Por fora apenas uma casca,
Por dentro não há fingimento.

É tão simples –
Quando olhamos através do espelho,
A realidade cai com a sua máscara.
Não existe nenhuma rota de fuga,
O destino está traçado.
Os deuses escreveram nas tabuletas,
Os humanos as reescreveram –
Impondo-nos as suas frágeis leis:
“Façam o que eu digo,
Mas não façam o que eu faço.”

É tão fácil nos enganar,
Com fios iguais à marionetes –
Tratando-nos como ventrículos,
Entrando em nossa mente.
A consciência tornando menor –
Do que um grão de mostarda.

Se tivermos uma redenção ou não,
É tão difícil prever.
Seres corruptos,
Voltados para o egoísmo.
Qual providência –
Tomaremos ao ver o leite derramado?
É imprevisível e inconsequente –
Os nossos atos.

A dor alheia,
Comovendo-nos por um milésimo de segundo.
Após a mesma sensação vira pó,
Dissipando-se na atmosfera.

Quanto tempo mais –
Teremos para a realização?
Indivíduos moldados –
Para a exclusão.

Interesses fúteis,
Volúveis –
De acordo com a realidade.
Empregando o ódio e o rancor,
Espalhando a sede de vingança –
Também o desamor,
Munidos de um grau exorbitante:
De psicopatia.
Não lembram que amanhã,
Será outro dia.
Visando o lucro –
Do capitalismo a discrepância.

Cheiro de sol


A essência da poesia –
Tem cheiro de sol.
Ilumina as manhãs –
Mesmos mais tenebrosas.

Não há culpa,
Nem muito menos –
Disfarces,
Revela qualquer face –
Desnuda a alma.
Força perspicaz –
Acalma,
Transcendência do ser.
Os mistérios –
Pouco a pouco mostrados.

A poesia –
Chave seletora,
Transmutação do Universo –
Passeando por nossos poros,
Fazendo a derme arrepiar.

Em todo percalço,
Há pelo menos uma dádiva.
Condição para suportar,
A labuta diária.
Porém, nem tudo são flores,
Em nossos dissabores.

A miscelânea de sensações,
O aprendizado cotidiano –
Mesmo que no momento,
Precisamos da força –
Para navegar –
Na contramão  da correnteza.

Sou girassol –
Na transparência,
Entorpecendo-me nas angústias –
Dissipando todo o mal.

Apesar dos pesares,
Há uma leveza para a dor.
Mesmo a deixando trancafiada,
Em um canto qualquer.

O perfume da luminescência,
O exalar das flores –
Irradia no âmago,
Reluzindo a magia –
De um novo dia.

Cada instante é essencial,
No reflorescer da transmutação.
Irradiando a harmonia –
Em cores vibrantes.

sábado, 28 de maio de 2022

Sórdido entretenimento


Armas são disparadas,
Ninguém sabe –
Quem é quem.
Quem está do outro lado,
Na outra ponta.

Vítimas inocentes,
Bandidos do colarinho branco –
Ou não.
Mas alguma coisa começa –
Com ou sem razão.

Século XXI,
Do futuro o progresso,
Só enxergamos o retrocesso –
No retrovisor.
Velhos hábitos –
Antigos interesses –
Guerras em curso –
Os mesmos erros.

A ganância –
O poder –
Por menor que sejam,
Ditando as vis regras.
Inocentes –
Punidos por nada,
Derrotados –
Mesmo na largada,
O seu mal foi existir.

Transgressões aleatórias,
Outros premeditados.
A humanidade,
Não deu em nada.
Interesses torpes,
Alguns autossuficientes –
Em sua soberba contraditória.
Atitudes vexatórias,
Impondo aos semelhantes,
A agonia e o sofrimento –
Para sórdido entretenimento.
Esquecem das consequências,
Do livre arbítrio:
Aqui se faz,
Do lado de lá não se paga.
Essa é a lei máxima,
Sem alguma premissa -
Rodeados pelas injustiças.

Pobres favelados –
Mártires fuzilados.
A sede por vingança,
A ânsia por justiça.
Cortando na própria carne,
No alto da base:
Os mercenários.
Nenhuma promessa,
Para a mudança de cenário.
São sempre os mesmos,
Cartas marcadas e conchavos.
Cometendo crimes,
Armando para se darem bem,
Mexendo os pauzinhos –
Fugindo da prisão.

Enquanto,
O preto favelado,
Em cárcere –
Mesmo inocentado.

Quem é contra?
Quem é a favor?
Estado criminoso,
Total despudor.

Armando guerrilhas –
Sangrentas –
A luta,
Muitos não suportam.
Vítimas do descaso alheio,
Crianças e idosos,
Cidadãos comuns,
Desde cedo –
Do front aprendem as táticas.
Para fugir, nem sempre dá,
Para sobreviver a triste violência.
Testemunhas do jogo macabro,
Na pele –
Recebendo o aço.
À ferro e a fogo –
São marcados.
Quando não apresentam –
As marcas na derme.
Carregam cicatrizes –
Na alma.
No terror psicológico,
Sem alguma lógica.
Para tudo –
Qual é a motivação?

Onde deveria haver a paz,
Para o aprendizado,
Reina o estresse traumático.
Do futuro promissor,
Mas o que se encontra –
Pelo caminho,
Apenas a desarmonia –
Nem sempre flores,
Somente os espinhos.

Sofrendo as consequências,
De um mundo injusto.
Não sabendo –
Se estaremos vivos –
No próximo segundo.
Crimes imperfeitos,
Na calada da noite ou não.
Em frente aos holofotes,
Recheado de manipulação.

A resiliência,
No Estado sem algum direito.
Vertiginosa derrocada,
Munidos de deveres.
O presente incerto,
Tão fugaz quanto ao amanhã.


Apartheid invisível


Desfaz-se toda imparcialidade –
Quando existem interesses próprios,
Fugindo na contramão do desespero.
Esmerando-se na arte  do ter –
De possuir o desejado prazer.

Revelam as circunstâncias,
A verdadeira face –
No descompasso do entretenimento.
A ganância e o poder,
Dando o seu aval.
Não importa o ensejo,
Fomentando o egoísmo –
O mal.

Sobrevivemos –
Em uma esquisita utopia.
Mundo ilusório,
Repleto de contradições –
Munidos de classes sociais,
A separação.
Um tal de status –
O “apartheid” invisível.

Por maior que seja o crime,
A banalidade –
Como cúmplice,
Do governo que rege a exclusão.
Triste sina da maioria,
Viver neste lugar –
De uma gente sem noção,
Do bom senso e setor crítico.
Onde pessoas de bem,
São marginalizadas –
De acordo com o código,
De endereço postal.

Na periferia,
Sobrevivendo de restos,
Dispostos pela burguesia.
Que se intitulam:
Autossuficiente.
Sem o menor índice de escrúpulo,
Onde neste Estado,
Somente o direito de pagar deveres.
Este é o intuito – A grande missão,
Vivendo às custas da produção dos pobres.
Empanturrando-se do bom e do melhor,
Reservado a nós – O pior.
Enquanto, vivemos à míngua,
Recebendo migalhas –
Em nossa triste falha.

Velhas questões


Ressoa a vibração –
Dentro do meu peito,
Às vezes, descompassada.
Esse é o preço,
Pelos longos anos de estrada.
Conta-se o que vivi,
E também aquilo que não.

É tudo tão linear –
E imperfeito,
Mesclando a contradição.
O olhar incerto –
Para a multidão.

O que esperar:
Da falta de sintonia.
A visão turva –
Na frente do espelho.
Acelera –
Por vezes, faz cessar.
Na incerteza do amanhã,
Em minhas sequelas cardíacas.

Ao amanhecer,
Outra chance.
A esperança –
De um novo recomeço,
Raiando – Reverberando –
Por meus poros.
Na transcendência,
Tornando o simples,
No mais significante.

A ousadia –
Que trago comigo,
Resplandece em meu ser.
Para quê desejar o muito,
Se posso ter o essencial?
A vida não é feita:
De momentos fúteis,
Em que nada se acrescenta.

Observando o mesmo espelho,
Posso enxergar além,
Ao que realmente –
Faça algum sentido.
Não a insensibilidade ao redor,
Com pouquíssima significância.

Os instantes,
Perdendo-se estão –
Feito quimera na ilusão.
Uma distopia desconcertante,
Resplandecendo –
Sem o menor brilho,
Durando finitos segundos.

É tudo tão ilusório,
Ao mesmo tempo contraditório.
Enquanto, lá fora,
Existe uma infinidade  de galáxias –
A qual podemos desbravar.
Mas antes,
É necessário solucionar –
Velhas questões.
 

quinta-feira, 26 de maio de 2022

Poesia na essência


Trago a poesia –
Em minha essência,
Na transparência da alma.

Quantas vidas mais devo viver,
Para a realização deste sonho?
Onde se transfigura no ser.
A vida levada no banho Maria,
Outra reencarnação –
Quem diria?

Tais sensações –
Impregnadas em meu corpo,
No reconhecimento.
Tantos lugares vislumbrados,
Com a imaginação –
Talvez mera alucinação.

Magia distópica,
Onde o céu é o limite,
Ninguém me detém.
Apocalíptica energia,
Todas as vidas em uma pacata sinergia.

No descompasso das utopias,
O amanhecer -
Levando-me à mais um dia.
Todas as reações,
Reverberam na lucidez do anoitecer.
Ao volitar por outras dimensões,
No transparecer –
Das boas energias.

Eu sei –
Os dias estão contados,
Para o alvorecer da passagem.
Este momento,
Quando se dará, incerteza.
Mas, por enquanto,
Permaneço aqui –
Faço o meu melhor.
Os dedos bailando feito uma valsa,
Sobre o papel –
Em dias de fúrias ou tormentas,
Os devaneios –
Estrondoso escarcéu.

Em tudo existe uma dádiva para ser,
Este é o entreter –
Que aquece o coração.
Às vezes, machucado dentro do peito,
Recebendo o alento –
O que tem por direito.

Forjados grilhões

Ignorância –
Estamos rodeados por ela.
Pessoas com pensamentos diferentes,
Desconstruindo castelos,
Reconstruindo frágeis elos.
Transformando a vida –
Em uma anedota.
Basta aceitarmos a derrota,
Um mundo globalizado –
Altamente genocida.

Matam –
Assassinam –
Sem o menor escrúpulo.

Já nascemos aniquilados,
Uma atmosfera pesada –
Puramente asfixiante.
Em conchavos armados,
Quem foi que disse:
Que a escravidão se extinguiu?

Duramente somos açoitados,
Por uma realidade,
Minando a desvantagem –
De um absurdo cruel.
Quem escreveu este roteiro,
Nunca visualizou o poder –
Nas mãos de um qualquer.
A sociedade desqualificada,
Rumo ao precipício.
Quem inventou este suplício,
De que o pobre tem que sofrer?
Justificando o capitalismo,
Com o surrealismo.
O mundo não é cor de rosa,
Em um tom acinzentado –
Todos têm as suas batalhas,
Diariamente travadas.

Diagnóstico errado,
Em pleno século XXI.
Onde matas são devastadas,
Pregando a destruição.
O que assistimos é a perversidade,
Em tamanha devastação.

O ódio –
Pregando em primeiro lugar.
Numa instância,
Onde não cabem recursos.
O que testemunhamos –
É o poderio bélico,
E o poder da fala em desconstrução.
Vítimas dizimadas,
Com uma arma apontada para si.
No invisível sistema enferrujado,
Onde não se morre somente –
Na mira de um fuzil,
E pouco a pouco de tétano,
Em meio a dor e desespero.

Quem fomentou sórdidos planos,
Será que teve um lapso –
Ou algum engano?
Moradores da periferia –
Suburbanos.
Moldados a ferro e a fogo,
Não precisa sair  –
Para correr perigo.
Ele transpassa:
Os grilhões de nossas casas.
 

quarta-feira, 25 de maio de 2022

Sistema falido

 

A quem se dão os créditos?
Mais uma vil chacina –
Do sistema falido,
Retrógrado –
Visando apenas os bens materiais.

Vidas perdidas –
Não tem problema,
Inocentes entre os mortos.

Na triste sina –
Do morador da periferia,
No fogo cruzado –
Marcado como opositor do governo.

O poder paralelo –
Medindo força –
Desleal cabo de guerra.
Outra vez aconteceu,
Não será a primeira –
E nem a última vez.

Bandidos de colarinho branco,
E suas gravatas engomadas.
A favor de quem?
Da população que não é.
Mantida em cárcere,
De leis que prejudicam os mais fracos –
Favorecem os ricos.

Os pobres no raiar do dia,
Ou na calada da noite –
Não tem vez.
Vivem e são sacrificados,
À torto e a direita.
Os políticos cruéis –
De suas vulnerabilidades se aproveitam.

Quem é que fomenta –
Todo esse caos,
Da barreira desonesta das classes sociais?
Na realização das operações,
Quem comanda é o capitalismo.
O dinheiro público,
Verbalizando a dor –
Espalhando o sofrimento.

A desigualdade –
Estampada na cor da pele.
Exposta a melanina,
Como a pessoa não grata –
Invasora da burguesia.

Na verdade –
São pessoas lutando,
Por um modo de sobrevivência.
Desejando um futuro próspero,
Que nunca vem.
Sem ao menos com o passar dos anos,
Na iminência:
Jaz em uma vala qualquer.

Resolução distorcida


Palavras duras –
São o que nos acercam perante ao cotidiano.
Velhos acontecimentos,
Tornando a atmosfera pesada.
Como sobreviver –
A está estrutura tão densa?
Onde só desejamos:
A leveza da realização,
De antigos sonhos.

A realidade dividida,
Em fatias e dimensões –
Na busca pelo palpável.
Mas somos surpreendidos,
Pela incredulidade dos fatos.
Na intolerância,
O ódio se tornando a base.

Como podemos continuar,
Se nada condiz com o certo?
Em uma resolução distorcida,
E completamente infundada.

Os acontecimentos –
Mascarados pela mídia.
Fazendo-nos desacreditar da verdade,
Cedendo prioridade,
Para o que se é falso –
Sem nos darmos conta da manipulação.

Eles atuam tão bem –
A massa –
A população –
Indo de um lado para o outro,
Sem ao menos indagar.
Fantoches –
Agindo feito zumbis,
Não há o menor raciocínio.
Condicionados a alto mutilação,
Pagando inúmeros impostos –
Sem ter o que comer.

A vida desregrada,
Falta o aval para a consolidação.
Um sistema baseado ideias antigas e falidas,
Em que nada condiz com a realidade.
Somos vítimas do Estado opressor –
Maquinando o mal,
Mexendo as enferrujadas peças –
De um antigo tabuleiro macabro.


Mãos do opressor

Fatos contemporâneos,
Marcados na História do Brasil –
Não injustiçados,
Mas sim das injustiças –
Que atropelam os seus semelhantes,
Não há o resquício de piedade.

Leis fajutas,
Ao bel prazer mudadas –
Para servir desejos mesquinhos:
Da morte.

O capitalismo –
A ostentação no comando.
Cada um desejando:
A fatia maior do bolo.

Pessoas se rendem -
Vendem-se –
Matam –
Morrem –
Por dinheiro.

O sistema agindo à todo vapor,
Enquanto, permanecemos aniquilados –
Pela mão do opressor.
O caos –
A tormenta de tudo –
O difusor.

Contendas armadas,
Por todos os lados.
E nos vemos cercados,
Como devemos agir -
Diante dos eventos.
Que promovem:
A dor e o desespero?

Vidas dizimadas,
Diante da mídia marrom.
Deixando-nos:
De mãos e pés atados.
A velha política cruel,
Retirando o direito –
De ir e vir.

Um futuro –
Que se desenha inóspito,
Diante de tal perversidade.
Não sabemos se ainda há espaço,
Para sonhar.
Em vislumbrar um destino apoteótico,
Mas plausível com as expectativas.
Nem todas as demandas são ou serão supridas,
Neste arremedo de governo.


domingo, 22 de maio de 2022

Trajetória

 


Tenho vagado tão lentamente por este chão,
Há momentos em que não me reconheço –
Não sei com quem pareço,
Na tentativa de me conhecer na ancestralidade.
A cor da minha pele branca,
Em nada quer dizer.
A alma repleta de melanina,
A mulher de agora, a mesma menina.

A voz embargada na garganta,
A mente navegando no veleiro.
Logo à minha frente, forte nevoeiro,
Prejudicando a minha visão.
Por onde devo seguir –
Nessas águas turbulentas?
O senhor destino –
Levando-me para onde não sei.

O anseio por liberdade,
Voar pela imensidão do céu,
Feito um papel ao leu.
Os pés no chão –
Tropeçando pelos caminhos,
A cabeça em certo desalinho.

Pessoas falando sem cessar...

A quem devo ouvir?
Em quê se espelha a verdade?
Tão incoerente –
Quanto as suas palavras.
Acredito que o verdadeiro,
Encontra-se no simples –
Na magia –
Onde menos desejamos encontrá-la.

O meu tímido coração,
Congela-se na arbitrariedade.
No descompasso –
Pela falta de cuidados.
Mas sei –
Aprendi a ser forte o suficiente,
Para aguentar as tormentas.
Os joelhos machucados,
O coração sangrando,
Não é fraqueza -
É a humanidade latente no ser.

Atravessando a linha do tempo,
Vivenciando o diferente.
Na alma a essência vibratória,
Ressonância nas pontas dos dedos.

Não posso ter tudo o que desejo,
Sem alguma permissão.
No entanto, o que eu sou,
O que sempre tive vontade –
Transcende no cerne.
Alimentando-me da fonte certa,
As ideias vazias deixadas de lado -
Ouvindo sem dar importância.
Cada um trás uma verdade consigo,
Ou se apaga para viver a margem do outro –
Perante a manipulação.

Trago uma autenticidade própria,
Posso parecer sozinha –
Mas tenho a certeza de que nunca fui.
Há algo mais forte e grandioso,
Acompanhando-me –
Livrando-me no momento certo.
E é nEle que preciso acreditar,
No fim de tudo –
Mais uma trajetória será vencida.
Não me desvencilhando –
Daquilo que sempre fui,
Na total plenitude de meu âmago.

Cada um tem o porquê e a razão por existir –
Basta acreditar!