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terça-feira, 26 de julho de 2022

Alma fragmentada

 


Alma fragmentada,
São tantos os cacos –
Que mal consigo contar.
Desfaz-se a magia,
Em meus dias –
Nada coloridos.
A sutileza à ignorância,
Cedendo o lugar.

As pessoas –
Não escutam mais:
Uma às outras.
Ouvem sim:
Aquilo que for conveniente.
Assim deixando marcas e impressões,
De arremedo do desespero -
Desafinando a harmonia.

No peito a dor física,
O descompasso do ritmo cardíaco.
Cada vez mais se atolando,
No buraco da incredulidade –
Desfavorecendo a realidade.
Até quando nos submetermos –
A esta finalidade?

Há uma distopia –
Distorcendo a dimensão.
Compactuando com os desmantelos,
Altos desmazelos.
Ainda segue em disparada,
Seguindo na mesma toada –
Da falta de compaixão.
A linha tênue da desilusão,
Tão densa em plena solidez.

O arrefecimento de sentimentos,
Congelando qualquer coração.
No desequilíbrio das ações,
Nenhuma atitude positiva –
Manipulação,
Escondendo as verdadeiras pistas.

Ah! E essa inquietude –
Que me dilacera?
Dissonante ponto de ebulição,
O que resta,
Entrando em combustão –
Não sobra nada.
Apenas este vazio,
Que deixa a sensação:
De um oco descomunal,
Em plena existência.
Dessa forma se desfaz a coexistência,
Procurando algo –
Para justificar a resiliência.
E tudo se torna:
Completamente banal,
Em meio ao caos.

Modo aleatório

 

Inquietação –
Um grito na garganta –
A velocidade em alta,
Ao mesmo tempo:
O looping no abismo.

São tantas as sensações,
Tão opostas –
Quanto ao chiaroscuro.
Mas isso aqui,
É vida real –
Nada de sobrenatural.

Os sentimentos em reboliço,
Uma virada no estômago –
Tontura -
Falta de ar.
A ânsia –
Náuseas –
Como explicar?

A realidade em modo aleatório,
Não há escapatória.
O limite por um fio,
Desgovernada engrenagem.
O desejo no fundo,
De ser apenas uma miragem.

Não é ilusão –
É a dor sentida –
E não velada na carne.
Como se quebrasse todos os ossos,
De um corpo frágil.

Há circunstâncias,
Que não são descritas -
Apenas sentidas com veracidade.
O apelo e as atrocidades,
No vil metal que dilacera a derme –
Rasgando todos os vínculos existentes.

Natural –
Nefasto objetivo em transcender –
A existência.
Na crueldade que nós atinge em cheio.
Alvos frágeis e fáceis,
No tormento que nos abomina.
O flerte com a violência,
Não transmuta a coexistência.

Fórmulas retrógradas

 

Trago os meus traumas,
Carrego as cicatrizes –
Incontáveis –
Não somente no corpo,
Como também na alma.

Os dias –
Seguem dilacerando qualquer resquício –
De vitalidade.
Não tenho mais o ânimo,
De anos atrás.

Como sobreviver nesta sociedade,
Fundamentada em falsos moralismos?
Onde os anos seguem cíclicos,
Nada muda –
Continua da mesmíssima forma,
Com fórmulas retrógradas –
Pautadas no capitalismo.

A cada novo amanhecer,
Fica maior o absurdo.
Sem sabermos qual a direção devemos seguir,
Atordoados –
Andando em círculos,
Na desesperança do mal.

Tudo se transforma,
Em uma grande incógnita.
Repleta de mistérios,
No desmantelo cotidiano.
Não rendendo nenhum fruto,
Somente as mazelas apodrecidas.

Em nenhuma virtude –
Há o contrassenso do bem.
Nas entrelinhas do descaso,
Amontoando-se as vítimas –
Seja de qualquer forma for,
No emaranhado da dor.
Entregando-se ao dissabor,
Na falta do colorido.

A angústia sendo ainda maior,
A visão turva –
Em meio as atrocidades.
No ser feliz –
Perece a verdade.

É apenas uma cortina de fumaça,
Não existe a vibração –
Em meio a existência,
A falta de expansão –
Da consciência.

domingo, 24 de julho de 2022

Estatísticas sanguinárias

 

Sinceramente –
Não sei o que escrever com esta nuvem escura –
Que se desenha sobre os nossos dias,
Mortes e mais mortes espalhando o caos.

É isso o que desejam os nossos governantes,
Incrementar o mal –
Dando uma falsa impressão de combate.
Alimentando os números das estatísticas sanguinárias,
Lubridiando os cidadãos –
Fazendo-os abaixar a cabeça,
Sem alguma argumentação.

Não importa o número de baixas,
Tanto faz quem sejam.
Não sendo ninguém do seu sangue,
Não há nenhuma diferença.

Nesta guerra sem sentido,
Buscando a tal da idolatração.
Índoles fomentada no mal caráter duvidosos,
Atos inescrupulosos –
O ódio derramando o sangue na bandeira,
Vertiginosa alienação.
Aos menos favorecidos,
A flagelação.
Culminando na falta de bondade –
Peregrinação.

A vida soa como um grande lamento,
Perda irreparável.
Por que todos não são os escolhidos,
Para repousar em berço esplêndido?
Enquanto, a minoria esbanja os recursos,
A maioria perece de forma assustadora.
Por um tiro de fuzil –
Cravado no peito.
Ou o buraco da fome em seu estômago.

Choque de realidade

 

Dias de sombras –
Anulando qualquer tenacidade.
O que é para ser de verdade,
Quando uma guerra explode sobre as nossas cabeças?

Um governo –
Com pretensões aleatórias.
Por dias sórdidos e macabros,
Não visando a população de bem.

Famigerada polarização,
Atos escusos.
A vida quando permitida,
Segue por becos e vielas –
Entre um choque e outro,
A realidade.
Por vezes, perdendo as perspectivas,
Denominados como qualquer um –
Tratados como descartáveis,
Seres volúveis e violáveis.
Sujeitando-se a barbaridade,
Crimes sem escrúpulos –
Delirante abordagem.

Na linha tênue entre o certo e o errado,
Vagando por entrelinhas desconhecidas.
Mera formalidade do submundo,
Inóspito – Velejando  à deriva –
Por pretensões ordinárias.

Na contramão da ordem,
Vislumbrando o caos no cotidiano.
Deixando iminente inquietação,
Onde não sustenta a formalidade.
Desfazendo a serenidade,
Empregando o desespero –
Na contravenção do submundo,
Subserviência não programada.

Ameaçada democracia,
O ódio e a supremacia.
Aniquilando os sonhos,
Asquerosa ditadura.
Há quem a deseje –
Quem a ature.
Não sabe o que está falando,
Sem nenhuma noção.

Projeto fracassado

 

Os tempos estão sombrios,
O que fazer com este tanto de sentimentos –
Reverberando aqui dentro?
E não são somente positivos.

As falsas conquistas,
Tampando o sol com a peneira –
De um lugar feito de ilusão.
O que descortina –
Também fica por detrás de um pano negro da manipulação.

Sem percebermos,
Por mais que lutamos –
Tornando-nos as presas,
Em um fatídico mundo que nos controlam –
Sem o menor senso crítico.

Políticos com as suas canetas,
Por detrás das mesas –
Assinando velhos papéis,
Traçando vis destinos.
Não há o menor questionamento,
Leis a favor de si.

Somos tratados como animais:
Os bodes expiatórios –
Os bois de piranhas –
Levando-nos a um triste e cruel fim,
Sem a menor chance de perspectivas.

Não existe uma saúde mental sadia,
Quando atacados por todos os lados –
Sobrevivendo neste inferno,
Em que se transformou a terra.

Por que tamanha destruição?
Dos que aqui convivem –
A alienação.
Criados a imagem e semelhança,
Ou seja, iguais.

Mas criamos desavenças –
Movimentos separatistas,
Promovendo o caos.
Caminhando ao contrário,
Daquilo que sempre imaginou.
No final das contas,
Transformando-nos –
Em um projeto que não deu certo.

quarta-feira, 20 de julho de 2022

Capaz de mensurar


Ninguém é capaz de mensurar a dor do outro,
Porém, tem a capacidade de provocar tal agonia.

Mesmo não demonstrando,
Cada um tem a sua –
E imperfeitos não nos damos conta disso.
Na grande maioria do tempo,
Olhando para o próprio umbigo –
Em um egoísmo desmedido.

Ninguém é obrigado a nada!

Cada um tem o seu livre arbítrio,
Em suma, faz as suas próprias escolhas.
Se bem que na verdade,
Habitamos uma grande ilusão.
O Planeta Terra –
Um lugar de esmerada perfeição.
Porém, a humanidade –
Envolvidos no jogo de manipulação.
De um lado para o outro jogados,
Na detenção de resultados macabros.

Numa disputa desleal de poder,
Aniquilando os mais fracos –
Em total desfasatez.
No momento em que a vida,
Torna-se irrisória.
Apenas mais um número,
Em plena estatística.
Sem consentimento –
E nem ao menos o sentimento.
A turbidez espalhada,
Em pleno caos.

Pela falta de solidariedade,
E compaixão.
Vil constatação –
De uma sobrevivência sombria.
A realidade diferente,
Daquela que se imaginou.

Nos desejos –
Que se transformam em insalubres,
Pagando um alto preço.
Entregue a desarmonia,
Deixado às traças –
Acumulando poeira,
Lembrado de quatro em quatro anos –
Para por em prática,
Sórdidos planos.

A resiliência –
Continua mandando contra a correnteza,
Com ou sem não destreza.
Nau a deriva –
Sem nenhuma perspectiva.

Liberdade em labirintos

A falta de sutileza vem abastecendo os dias,
Os humanos e sua realeza,
Transformando a nostalgia.

Como sobreviver as guerras cotidianas?
A cada novo amanhecer uma luta –
Uma nova batalha,
Mediante as falhas.

As atitudes como moeda de troca,
Agindo por conveniência.
Pode mais –
Se dar bem –
Conforme a falha de caráter,
Agindo na maior cara de pau.

Não interferem nas mazelas,
Olhando para o próprio umbigo –
Do outro desfazendo o abrigo.

A atmosfera poluída com a discórdia,
E total insensatez.
A mente entorpecida –
Embriaguez.

Em uma história,
Onde não há o mocinho –
Somente vilões.
Enquanto, permanecemos envolvidos,
Com as velhas questões.

A todo momento,
Surgindo novas perguntas –
E nenhuma resposta.

Quem tem coragem –
De dar a cara a bater?
Um novo mártir!

Na maquiagem,
Combatendo a própria violência –
Que provocou.
As máscaras em perfeito estado de conservação,
Entretanto, o pobre vive a míngua –
Sem nenhuma solução.

Confraternizando as poucas conquistas,
Breve respiro de alívio -
Daqui a pouco nova porrada.
Nada levamos daqui,
Nem mesmo a dignidade.
A memória manchada,
Da reputação ilibada.

A liberdade soa –
Como um imenso labirinto.
Sem sabermos o que com ela fazer –
Até quando?

Nenhum tostão

 

O que está acontecendo com as pessoas?
Parece que falta o discernimento com o trato alheio.
Estamos nos perdendo por caminhos obscuros –
Pouco iluminado.

A fumaça nefasta vem nos asfixiar,
Ou hipnotizando alguns –
Fazendo-nos vibrar em baixa frequência,
Tirando-nos do eixo.

Tenebrosa falta de compaixão,
Alucinógena equação.
Quem é o justo?
Quem será o pecador?
Nesta disforme distopia,
Tão inconsequente em dias atuais.

Quisera uma boa parcela da população,
Se esta atmosfera fosse menos compactada.
Nesta guerra ilusória,
Onde cada um tem a sua opinião –
Onde todos desejam ter a razão.
Proliferando a desordem,
Em notícias falsas –
Ou sem alguma serventia,
Que não nos levam a nada.
Pelo prazer em disseminar o caos,
Em uma triste realidade -
A mesma que nos impede a felicidade.

Emaranhando-nos neste arremedo de sobrevivência,
Repleto de julgamentos cruéis.
Onde vale mais o cristão e o crente –
O fiel.
Despojando-se em vida mentiras,
Na subtração do prazer.
Uma enxurrada de falso moralismo,
A torto e a direita –
Onde o fascismo reina à espreita,
Contaminada regalia.

O que será de nós:
Pobres mortais -
Sem onde cair morto?

Para eles somos apenas joguetes em suas mãos,
Não valendo nenhum tostão.

domingo, 17 de julho de 2022

Ensurdecedora loucura

 

Logo cedo –
O som do silêncio é interrompido.
Não por trovões,
Ou outro barulho qualquer da natureza.
Tão ensurdecedor quanto,
Mas não impõe beleza.
Os estampidos –
Criados pelos humanos:
Armas de destruição,
E para aniquilação.

Onde estamos de fato seguros?
Os disparos –
Em qual direção?

O estresse –
O rastilho de pólvora,
A qualquer momento –
Pode eclodir.

Permanecemos em alerta,
Neste jogo cruel –
Sem alguma chance de defesa,
Sobreviver é uma proeza.
Qual é o ser munido,
Com tamanha destreza?

A vida insurgindo em atos de bravura,
Anestesiados –
Caminhando a passos acelerados,
Em meio a aventura –
Ou quem sabe talvez loucura.

A resiliência abastecida de desafios,
O corpo por um triz –
A alma na direção da luz.
Quais os pecados cometidos,
Em meio a diretriz?

Tamanha desfasatez,
Ignorante insensatez.
A arrogância dominando os pólos,
Como um enredo de novela.
Onde os mocinhos –
Nunca se dão bem.
A dor e o sofrimento,
A maioria entretém.

Num sadismo desmedido,
Nada convenientes em conchavos –
Persistentes,
Total incapacidade de coexistir.
São máquinas,
Ao ponto de passar por cima de tudo,
Rolo compressor –
Nada promissor.

Inconstante aventura


Em meio as tempestades,
Vão se abrandando as nuances.
Já passei por situações piores –
E as venci – Suportei!

Nada em ter que esperar –
A vontade alheia.
Os percalços,
São os propulsores –
Que nos levam mais além,
Do que a nossa capacidade –
De sobrevivência.

A metamorfose humana,
Como armadura -
Silenciando a grande tormenta,
Que se faz lá fora.
Toda dignidade travestida,
Não mais ultrajada.
Mesmo a passos lentos,
Ganham ritmo e destreza.
Às vezes, com naturalidade,
Outras tantas vêm a maldade.
Acomodando-nos pelos caminhos,
Fazendo-nos sangrar.

Não há atalhos,
Não existem os instantes de paz –
Na incapacidade de momentos,
Que nos afugentam os êxtases.
Nenhum instante de glória e poder,
As gentilezas deixadas ao leu –
Desfazendo-se como papéis à deriva,
Desmanchando-se feito poeira ao vento.
Entregues às traças em meio as injustiças –
Acirrados julgamentos,
Atrozes –
Rasgando na carne,
Cremando a alma.

Por que tudo tem que ser tão desigual?
Tão desumano quanto a nossa falta de perspicácia -
Em progredir!

Sobrevivemos em um plano,
Completa loucura –
Sem sabermos o dia de amanhã,
Nesta inconstante aventura.
Dilacerando os ossos –
Fomentando a perversidade.

De olhos fechados


Fecho os olhos –

Uma forte ventania em meus cabelos.
Será que ela me fará cair?

A sociedade –
As pessoas –
Ensinaram-me que devo suportar...
Sem uma lágrima sequer –
Ser forte!
Nada arranhará a pele.
Porém, na alma:
Deixam as suas cicatrizes.
Momentos velados –
Para quê alardear?

Os humanos não querem saber –
Aonde é que dói.
Só querem tirar proveito –
Daquilo que se tem a oferecer.
Talvez tenham,
As suas próprias tempestades.
O ter que lidar em fazer um papel,
Principalmente, ser aceito.
Contudo, é uma perca de tempo,
Pensamentos forjados na ilusão compartilhada -
Como presente a solidão.

Pelo contrário,
Nunca se está sozinho –
Quando se aceita a própria companhia.
O interior é o universo vasto de certezas,
Quando possui uma perfeita imaginação.

Em traços particulares,
Iluminada inspiração.
No profundo do nosso ser,
Nunca estamos sozinhos.

A realidade é limitada,
Não condiz com os sentimentos –
Aprisionados na terceira dimensão.
Fora daqui,
Bilhões de possibilidades.
Entretanto, a grande maioria se prende:
Ao pessimismo,
Sem a menor inviabilidade do sobrenatural.

Rendo-me –
Entrego-me –
De corpo e alma.
Volitando por um imenso céu,
Repleto de estrelas.

sábado, 16 de julho de 2022

Novo ciclo


A resistência para sobreviver,
Devemos tirar do fundo – Do âmago –
Na desconcertante linha da vida.

Os problemas – As lutas –
São os testes para verificar,
A capacidade de veemência.

A lucidez –
Também a tenacidade,
Em meio a realidade –
Vibrante.

Tanto na forma positiva,
Quanto negativa –
Vem alimentar a ressonância.
Por isso, devemos equalizar os poros,
Para permanecermos em perfeita harmonia.

A transcendência milenar,
Refazendo a cada novo ciclo –
Que se inicia,
No metaverso da consciência.
Há um espaço ascendente,
A ser conquistado.
E não será com a força,
Porém, com a inteligência –
No lugar linear da expansão.

Na perspectiva psicodélica,
A explosão do bem estar –
Da humanidade.
No entanto, há um espaço,
Muito longo a ser percorrido.

Na vastidão proporcionada –
Pelo Universo.
Há todo um vislumbre,
Mas preferimos espalhar o caos.

Na devassidão –
Que se transformou –
Em sinônimo de purgatório.
Ao invés de emanar a luz,
Em sua essência de nossos dias.

Há todo um aprendizado por trás,
Mas preferimos o caminho inverso –
Da involução.

Vozes atrozes


Vozes atrozes –
Ecoando por nossas cabeças.
Eles têm o costume de ditar as regras,
Enquanto, seguimos ao reverso.
Sinais poluentes –
Na extravagância do desespero.

Os movimentos translúcidos,
Não mais circulares –
Aleatórios –
Expandindo os alertas sonoros.

A pressão na mente,
Em completa agonia –
Fomentando a adrenalina.
Por ora, a abstinência no descompasso,
Invalidador –
Mas na desarmonia,
Provoca a dor.

Quanta eloquência,
A medida frenética.
No psicodelismo –
De tentativas frustradas,
Por veemência -
No delírio com a fraqueza.

Emérita santidade,
Escorrendo por seus poros.
Mas que de nada coopera,
O falso moralismo –
Cristandade.

Os lobos em pele de cordeiro,
Favorecendo em maracutaias.
Auto se promovendo,
Às custas dos favelados –
Flagelados sem opção.
Com total abnegação,
Na falta de sorte.
Órfão de oportunidades,
Acinzentado o céu da aquarela.
Menosprezados os talentos,
Dando vazão às futilidades.

Total exclusão


Cegos –
Caminhando sem direção.
Ouvindo vozes sem sentido,
Perversa contramão.

O menosprezo pela vida,
O corpo por alimento ávido.
Uma população encarcerada,
Pela falta de oportunidade.

Total exclusão –
Décadas marcadas pela gentrificação.
Movimentos vorazes,
Aleatórios e atrozes –
Não há ressignificação.

A realidade –
Triste dualidade.
Percalços pelos caminhos,
A ferida aberta –
Em desalinho.
Cadê a lucidez?

Um governo pacato e omisso,
Os gritos uníssonos.
Desvairada a felicidade,
Contentando-se com o pouco.
Restando os farelos –
Desfazendo os elos.
A míngua recebendo migalhas,
De pés descalços pelas trilhas.

De peito nu –
Um sentimento cru.
De alma aflita –
Na imensidão,
Sem guarita.

quarta-feira, 13 de julho de 2022

Polarização desumana


Será que alguém sabe ou percebe o quanto estou me esforçando?

A cada dia é uma luta para o levantar,
Embora rápido,
Há um extremo enorme –
Um abismo entre o ser e o acontecer,
Numa ansiedade desmedida.

A lucidez se transforma em uma quimera,
O que desejamos a realização –
Das promessas de dias melhores,
Tão contundentes –
Quanto  a claridade que nos rege.

Por que o ser humano tem que ser tão contraditório?
A vida inerte –
Às vezes, por um triz,
Sem alguma diretriz.

Os sonhos amontoados em papéis,
Trancafiados em fichários.
Não dando a dimensão da intensidade,
Tão maiores quanto a realidade.
Deparando-nos com as adversidades,
Cada vez mais se fazendo notórias.
Arrefecendo as expectativas –
Desnorteando as perspectivas.
Deixando-nos menos ativos,
Em completa letargia.

Nada mais faz sentido,
Mergulhando de cabeça nessa polarização.
A transformação –
Em completa involução.
Perdendo a serenidade –
Os movimentos mecanizados,
As falas robotizadas –
Propagando-se –
Promovendo o caos.
Não existem mais os sentimentos,
Esfriaram-se na triste rotina –
Menos quentes –
Mais desumanizados.