Quem desejar colaborar com a manutenção do Blog Poesia Translúcida, é muito simples: Pix 21987271121. Qualquer valor, o mínimo será muito bem vindo! Muito grata!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Governantes da involução

 


Desperdício de tempo –
Principalmente de vidas,
Sonhos deixados para trás.

Seres desprezíveis –
Uma parcela da humanidade doentia,
Não se compadecem do sofrimento alheio.
Anos de conquistas perdidos,
Por entre a devastação.
No piscar dos olhos –
Vira poeira ou um mar de lama –
Tragédias anunciadas,
Nunca dá em nada.

O passado remoto –
No corpo o terror,
Na alma o pavor.
A banalização do ódio,
Injustiças cometidas.

Inconsequentes planos,
Completamente forjados.
Sem alguma garantia de satisfação,
Ervas daninhas por todo o lugar,
Misturando-se à plantas saudáveis –
Não separam o joio do trigo.
A enxurrada da covardia,
Levando o que encontra para baixo.
Sequelas negativas da sociedade,
Governantes da involução.

Mais um inocente nascendo,
Em meio à comemoração.
Bem vindo ao jogo da manipulação,
Crescerá com a perspectiva de mudanças.
Se for mais forte,
Talvez ultrapasse as sujas estratégias.
No despertar da consciência –
Raciocinando fora da caixinha.
Contestando valores,
Não aceitando a sordidez das regras.

Se assim não for:
Será apenas mais um recruta.
No exército da imbecilidade,
Outro igual diante da implantada realidade.
É necessário que haja a indagação,
Para a democracia se manter de pé,
Com o clamor da indignação, tenha fé.

O debate é justo e necessário,
Afim de cessar a frustração.
Do mundo envolvido no teatro de interesses,
Culminando nesta guerra infernal.
Onde se perdem vidas –
Possibilidades de transformação,
A oportunidade crescente de equilíbrio.

domingo, 27 de fevereiro de 2022

Sumariamente derrotados


Realizamos as nossas escolhas?
Ou já nascemos com os nossos destinos traçados?
Doce melancolia no desejo –
Pelo anseio da verdade,
Nuances descortinando  em estranhos devaneios.
As injustiças por todos os lados,
A realidade cruel e aterradora -
Avalanche em nossos sonhos, avassaladora.

Magnífico é o despertar,
O exame de consciência, nem sempre para todos.
Pois somos moldados para obedecer,
Acatar as ordens –
Daqueles que se julgam mais fortes.
Protegidos pelo poder aquisitivo maior,
Subjugados  - Entregues à própria sorte.

No futuro próximo para a humanidade,
Chegaremos ao momento crucial.
Em inúmeras questões,
Faremos a escolha -
Certa ou não é uma incógnita,
Será selado o futuro dos seres humanos.
Se sobrará alguém ou não –
Quem é que sabe?

A natureza a cada dia,
Mais devastada pelo poder público,
Com a ajuda da população –
Não há o respeito.
Sem o menor resquício de piedade,
Na luta desleal contra o fogo e máquinas –
Também a poluição.
Construímos o nosso próprio fim,
Um desfecho impiedoso –
Sem clemência.

Não haverão tributos para reverter o caos,
A Grande Mãe Terra cobrará com sacrifícios.
Os desmandos contra a força maior do Planeta,
Os algozes em demasiada escala,
Seres repugnantes de uma guerra sem trégua.
Sumariamente derrotados –
Não haverá riquezas que possa reverter a devastação,
Enfim, aos intrusos do planeta, aniquilação.


Espaço - Tempo

 


Algum dia desejei das flores –
A leveza,
Mas o rio de lama, arrastou-me –
Em sua correnteza.
Por caminhos que desconheço –
Mostrando a dura irrealidade,
Na imaginação a beleza.
Nem sempre colhemos aquilo que plantamos,
Por terra se foram os planos –
Eventos de dualidade.

O que faço aqui por entre papéis?
Desenhando um mundo que não reconheço,
O multicolorido em meio a ilusão.
O despertar das sensações –
No corpo desejaria as reações.

Compreendo que podemos ser mais –
Apresentando-nos de maneira atrativa,
Subjugandos como simples mortais.
Promovendo os horrores de uma guerra,
As ponderações nunca fizeram parte do script.
Agindo pelo impulso – A falta de paciência,
Visando lucros exorbitantes.
Os anseios gerados pelas sugestões,
Inúmeras são as questões –
Sem o alcance de respostas,
Medidas pela força e poderio bélico.
Em um futuro promissor,
Façam as suas apostas –
Certezas inconstantes.

Estradas tortuosas –
Levam-nos à vários lugares.
Do contrário a realidade –
O anseio do sono –
O escape por algumas horas,
O repouso não significa o descanso.
A carne desperta maltratada – A ilusão,
Na percepção fora do normal, presente.

Não há a compreensão dos fatos,
O destino – Escolha do livre arbítrio.
Por vezes, nunca faz sentido,
Na incógnita, vivenciando o virtual.

Almejamos a satisfação,
Leva-la da melhor forma possível –
Em todos os sentidos – Aplausível.
Sinto-me perdida – Sem orientação,
A escrita como bússola.
Desfazendo alguns mistérios –
Acrescentando outros,
Acessando alguma dimensão.

Contatada –
Quem sabe não me reconecta com o verdadeiro eu,
Com tudo aquilo em que acredito?
Uma galáxia –
Ou outro planeta –
Ainda algo mais que faça sentido?

Aqui talvez seja uma passagem –
O momento para adquirirmos experiências,
Mostrarmos a essência da alma sob pressão.
Se caímos ou não em falsas tentações -
No entender da sensibilidade –
Um lugar para nunca mais retornar.

A humanidade é uma caixa de surpresas,
Sempre pronta para provocar –
Nunca sabemos o que encontraremos,
Ao olharmos através do espelho.
Convivemos com a imparcialidade,
A neutralidade na corda bamba –
Conflitos de interesses.
Alimentando a sanha da guerra –
A Matrix irreal e imperfeita.
Na luta extrema pela sobrevivência,
Prevendo o futuro das próximas gerações.

A invisibilidade desacreditada,
Onde não se é notada -
Apenas por interesses fúteis.
Os versos a adoração devotada,
Em meus sombrios dias, perfeita religião–
A indulgência de efêmera solidão.

Inconscientemente vagando pela Terra,
No subconsciente a busca incansável –
Em demonstrar o verdadeiro potencial.
Na quimera da ascendência capitalista,
Para de obter um cantinho sob o sol, o valor.
Do contrário, tratado feito marginais,
Sinto o “chicote” na pele –
Enigmático e surreal.

Cada um escolhe o seu modo de vida,
O meu grifei com marca texto.
Ser diferente, nas trilhas –
Quem sabe se os tracei?
Este é o essencial contexto.

Permanecendo o ensejo no âmago,
De aqui (na Terra), não mais voltar.
São batalhas e lutas a serem travadas,
A ansiedade no corpo,
A transmutação por mudanças,
Em crescente ascensão espiritual.

sábado, 26 de fevereiro de 2022

Paz em abstinência


 

O século XXI em plena turbulência,
De paz a abstinência.
Os maus feitos da humanidade,
Em completa falência.

O falso caratismo –
A promiscuidade da moral –
Caindo por terra.
O derradeiro minuto,
No segundo exato.
Ameaças cada vez constantes,
O horror do caos,
Fazendo-se presente –
Mostrando a cara,
Sem sabermos para onde seguir.
Afundando-nos em mesquinhas ideias,
O egoísmo de alguns forjando o surreal.

Não acredito na bondade,
No circo armado –
Falas pré-fabricadas.
Um enferrujado enlatado qualquer,
Empurrando a seco goela abaixo.

Um sistema sórdido,
Visando lucros – Riquezas.
Sob o derramamento de vidas inocentes,
Um sofrimento imposto à milhões de pessoas -
Pelo egocentrismo da vaidade de alguém.

Não somos merecedores deste Planeta,
Pois na primeira oportunidade –
Por menor que seja,
Estamos prontos para destruí-lo.

Não está distante –
O momento para que isso aconteça.
Em todas as ocasiões –
O livre arbítrio – Plena ação.

Por natureza, possuímos subversão,
Massacrando os iguais.
Seres que não detém:
O conforto do bom senso.
Caminha ao contrário –
À passos largos da evolução.
Mesmo que haja a manipulação,
Comprimindo as mentes -
Em uma lavagem cerebral,
Nunca se olha para os lados.
Sem indagar – Em protesto,
O pacto com todo o resto.

Quem será o próximo,
O boi de piranha –
Nessa resistência tacanha?


sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Em suspensão

Palavras suspensas,

Pairando pelo ar, ações.

Volitando por dimensões,

Não chegam aos olhos –

De quem deveria, espelhos,

Dissonância intensas.


As pessoas em inconstância,

Na maneira de ser, volúveis.

As atitudes rudes, dissolúveis,

Algodão doce na água,

Esperando a míngua –

Entorpecida - Pura ânsia.



Arrefeço os sentimentos,

Nas horas parada permaneço.

Perene o sonho do poeta,

Não de reconhecimento.

Dom  - Singelo recomeço,

A janela sempre aberta.


Quem sabe os versos lidos,

Em cada esquina –

Em alto e bom som,

Com bravura repetidos.

Esta e a vida – Ensina,

O versejar, infinito tom.


É apenas uma incógnita,

Primazia dilacerada.

A alma no canto enjaulada,

Na inquietude da escrita.

A sensibilidade atrevida,

Resvalar dos dedos, a caneta.


Pacificação


Com tudo o que vem acontecendo no decorrer dos anos –

Com a pandemia e ameaças de uma guerra,
Eu sei que não demoraria para acontecer.

Infelizmente, diante de atitudes inadequadas de governantes –
Na data de hoje surgiu uma ameaça ainda maior:
Rússia x Ucrânia se enfrentando em um embate sem precedentes.
Enfim, os tão terríveis bombardeios,
Vieram deixando um rastro de morte e destruição –
E ainda acontecem, ecoando os estampidos.

A sensação que tenho aqui é de luto,
Pelas perdas de inocentes –
Pessoas invisíveis que se matam sem ao menos se conhecerem.

Viver ultrapassa a fronteira do caos,
Não há limites – A arte da dominação.
A minoria na disputa pelo poder,
A maioria só deseja ficar perto dos seus.
Porém, somos entregues a uma horda –
Que prefere a balbúrdia,
Do que a paz mundial.

Para quê acumular impérios,
Ter o poder territorial para si?
No momento da morte somos todos iguais,
Nem o corpo físico levamos.
Jaz na terra em putrefação –
Até neste sentido a natureza coopera,
Tornando-nos adubo –
Pois estamos aqui para servi-la.

É necessário que haja –
A expansão de consciência,
Para que possamos encontrar:
O caminho para a pacificação.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Comandos do autoritarismo


Mistério –
O sobrenatural pairando sobre as nossas cabeças.
Qual será a explicação para tudo o que acontece?
Desmistificando a superficialidade da vida,
O egocentrismo se fazendo presente.

A cumplicidade hipócrita de uma guerra –
Sem precedentes.
O caos por todas as partes –
Inúmeros países atônitos.
O que nos reserva mais logo ali na frente?

Os conchavos escancarados,
Centenas e mais centenas de inocentes –
À mercê da retaliação,
Sem mensurar as imagens dos próximos acontecimentos.

Na tentativa desleal de fuga,
O perigo iminente.
A proteção buscando em meio a agonia,
A morte caindo sobre as suas cabeças –
Inconcebíveis mísseis.

Auto estado de flagelação,
Em meio à desordem buscando ao redor –
A possibilidade da reconstrução.

Nações desordeiras –
Nos comandos do autoritarismo.
Aos desavisados de plantão,
Os andarilhos cumprindo a missão.
Esta que não é a sua,
A batalha continua.

Manipulação – Falsos argumentos,
Na atual rede da Internet,
As filmagens em tempo real –
À velocidade da luz.
Reproduzindo nos quatros cantos,
A consternação.
Inúmeras baixas –
Corpos mutilados.
Gerações marcadas pelo medo,
Pela covardia – Massacrados.


Século XXI - Iminência da III Guerra Mundial

 


Guerra insana –
Falsos acordos de paz.
De modo atroz a premeditação,
Crime contra a humanidade.
Entorpecimento cruel,
Trocas de farpas –
Em plena rede mundial.

Acometidos de desespero,
Pessoas que nada têm haver com o conflito.
Nascer foi o delito.
Testemunhas da insanidade coletiva,
O entorpecimento no meio da loucura.
Sob o julgo da ameaça,
De onde vêm as bombas?
O soar das sirenes?
Disseminando vidas –
Mutilando corpos –
Vil entretenimento.
Qual é o melhor lugar para a proteção?

A ganância do poder –
O alto ego gerando conflitos,
Armas e afins super manufaturados,
Acúmulos de riquezas e divisas.

Mísseis em corpos inocentes – O atrito,
Mentes nefastas –
Agindo com o maior grau de perversidade.

A luz dos holofotes –
Palavras contraditórias,
Por detrás das câmeras – Outra realidade –
Os olhares de horror, perplexidade.
Irradiando no âmago, o pavor,
Pelo cessar da artilharia, o clamor.

Protegidos os homens do alto escalão,
Aos cidadãos simples, a missão.
Na mira das armas os combatentes,
Em uma disputa desleal –
Será que haverão sobreviventes?
Arcaico – Fogo inimigo,
À mercê – Fogo amigo,
O mundo em perigo.

O poderio bélico –
A demonstração de forças –
O ataque –
À beira do precipício –
Levando-nos ao buraco.

No modo pacificador,
Gerando maior embate.
Não há momento,
Pode ser a qualquer hora.
A multidão em rota de fuga,
Se é que ela existe.

Ordens dadas e seguidas – À risca,
Advertência cumprida.
Não existe o respeito a vida,
Apertando o botão.
Ofegante a respiração,
O ódio indiscriminado.

As incertezas em movimento aleatório,
De intimidação, infindáveis os repertórios.
No resvalar de segundos –
A iminência do conflito mundial.
Em pleno século XXI – Surreal.
Vivenciando um jogo real,
Repleto de estratégias.
Como em um tabuleiro de xadrez,
Viciadas são as desgastadas peças –
Sórdidos – Corrupção e trapaças.
Sobre a mesa o doentio capitalismo,
O dinheiro condicionando o xeque-mate –
Independente regime político,
O flerte com a morte.

Em tamanha incredulidade,
De longe acompanhando os fatos –
Em total desagravo.
Ideologias megalomaníacas,
No intuito de disseminação do caos –
Manipulação para a involução.

Quanto menor o despertar,
Quanto menos houver a expansão da consciência –
Permaneceremos encarcerados,
Nesta prisão invisível e dissonante.
Com os estampidos das batalhas,
Ecoando em nossos ouvidos.
Tolhidos como irracionais,
Em vivências inúteis.
Desejando sermos iguais,
Seguindo um modismo fútil.
Sem a beleza do ser diferente,
A resistência –
Em novas experiências.
As lições colhendo de forma positiva,
Transmitindo para o outro – Harmonização,
Em perfeito estado de união.

Porém, ao invés do crescimento,
Seguimos a via crucis do caminho reverso.
Para quê o progresso -
Quando o lucro está na escravidão?
Submergidos no egoísmo –
Mostrando-nos maior em vaidade.
Pregando falso moralismo,
Da boca para fora –
Em atitudes anti-cristicas.

Ao invés de acolhermos,
Apontamos o dedo em vil julgamento.
Inexistente discernimento –
De imediato o veredicto.
Cadê o bom senso da noção,
De um olhar contrito?
Dividindo-nos em nações,
Subjugando-nos em crenças.
Ilusória intolerância,
Deixando de lado a esperança.

***

O Planeta Terra é único –
Neste mar de estrelas e galáxias.
Têm a necessidade de cuidados,
Encontra-se negligenciado.
Nós – Seres humanos – Pobres mortais.

A Natureza é a força avassaladora –
Em agonia – Agoniza –
Somos os intrusos – A raça pecadora –
Cometendo crimes –
Pequenos e grandes deslizes.

A Mãe Terra – Como tal –
Tem o poder da regeneração.
De um jeito ou de outro,
Está em estado de recuperação –
Nem que seja necessário os sacrifícios.

Os caminhos estão traçados –
Deus em nada tem haver com isso,
Não interfere.
Aos indignos, presenteia-nos com o livre arbítrio,
Deixando avisado que em toda ação –
Há uma consequência.
Quem tem o sangue nas mãos,
Com a lei do retorno pagará as indulgências.

O homem é o seu próprio predador,
Direta ou indiretamente –
Desde o início, nunca o faz diferente.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Falsa verdade

 


Com quantas mentiras se constrói uma verdade?
A cada segundo que respiramos –
Ameaçados por uma falsa realidade que nos desnorteia.
Afinal de contas –
Quem está contra ou ao nosso favor?
Quem nos ama ou quem nos odeia?
Quem são os amigos ou quem é o inimigo?

Subterfúgios –
Reinos de injustiças –
O mal prevalecendo ao lado de fora de nossas casas.
Isso quando não cai feito uma bomba em nossas cabeças –
Espalhando os efeitos como pólvora queimando as nossas peles.

O terrorismo de todas as maneiras se fazendo presente,
Desde cedo martelando nas mentes dos pequenos –
Gerando traumas.
Sobrevivemos em um mundo inconsequente –
Sob ameaças vinda de todas as direções.
Em sobressaltos – Marcados pela desigualdade -
Acumulando dúvidas e dívidas.

Em qualquer instante –
A qualquer minuto –
Tenho a impressão que em meio a involução,
Haverá um reset.
Será que teremos o momento de rebobinar a fita para reaver os nossos atos,
E de modificarmos o que ainda possa haver conserto?

A intolerância com os desiguais – Julgados –
Por sua classe, sua cor e seu credo.
Os invisíveis diante de uma sociedade hipócrita,
Que aponta os erros, mas empurra a própria  sujeira para debaixo do tapete –
Mas não tem o papel da compreensão.

Humanidade mesquinha –
Usando a manipulação como arma,
Não se dão conta da abnegação.
Corpos e mentes em constante pressão,
Visando apenas o lucro.
Infelizmente, o derramamento de sangue –
De inocentes ou não, uma via crucial.

Quando a humanidade reavaliará os seus atos?

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Pequena ostentação


Melancolia desponta em meu ser,
Transmutando-se nós dias.
Coadjuvante de mãos dadas,
Com o efêmero tédio.

Só queria voar –
Libertar-me desde flagelo.
Entorpecendo as veias,
Com a ilusão da poesia.
Fazendo da resistência –
Um grande duelo.

Pragmática sobrevivência,
Movimento solo.
Fazendo morada a dor,
Dilacerando o ser –
Dissonante louvor,
Teimosia a resistência.

Descompassada dualidade,
Em âmbito visceral –
A mil – A imaginação.
O corpo sedentário,
Cisma em pregar peças –
Totalmente ao contrário.

Fecho os olhos,
Enxergo através do portal –
O espelho.
Posso ser –
Posso fazer –
O que desejar.
Reverberando em nostalgia,
Em sensações de vidas passadas -
Reviver as reações.

Nos passos –
Em meio à solidão,
Da paz, pequena ostentação.
Observando a paisagem,
Doce miragem –
A enfeitar o céu, as borboletas.
O amanhecer, os pássaros –
Deslumbrante alvoroço.

As pequenas alegrias,
Os cuidados com as plantas.
As flores e admiração,
No amor próprio -
Às vezes, até cedo egoísmo,
Suavidade de lirismo.

Se nada for do meu jeito,
Retraio-me a ilusão.
Batimentos acelerados –
Dentro do peito,
Transcendo-me  em liberdade.
Simultaneamente presa,
Por inóspita realidade –
A qual não me sacia.
Ponderação de realizações,
Momentos de nostalgia.

Lágrimas torrenciais


Mentes entorpecidas –
Pelo ópio diário.
Falsas notícias,
Gerando dúvidas.
Alimentando a polarização –
Obsessão.

Hipnotiza –
Lavagem cerebral.
Gritam no mais profundo ser –
Repugnantes.
Estragos viscerais,
Sociedade doentia.
Ordens patriarcais,
Absolutos vermes.

Racismo estrutural,
Realidade fora do contexto –
Totalmente sem mexo.
Forjando situações,
Teatro macabro –
Em agonia desproporcional.

Asfixiando as periferias,
O crime manipulado:
Morador forjado,
Às vezes, nem preso.
Brutalmente assassinado,
Cadê as provas?
Inconsequente erro,
Não há clemência –
Covardes sem decência.

Em pele de cordeiro,
Transvestindo-se de ordeiro.
Para espalhar o caos,
Sufocando a comunidade.
Não é por falta de comunicação,
Amordaçando ao som das armas,
Ou não!
Calando inocentes vozes,
Imprevisíveis algozes.
O povo injustiçado da favela,
Na zona sul – Crimes atrozes.
Nenhum estampido -
O dinheiro compra o silêncio.

Enquanto, do lado de cá,
A qualquer hora do dia –
Soam as explosões.
Mais corpos para velar?

Guerra anunciada,
Governo a desfavor do poder paralelo.
No meio vidas dilaceradas,
Como intervir –
Sobreviver no entremeio desde duelo?

A corrupção –
Movimento retrógrado,
Velhas cartas manchadas.
Ajustes de contas,
Poderoso poderio bélico.
A ordem vem lá de cima,
Apertar o gatilho, triste sina.
Crianças não mais protegidas,
Na linha do disparo - Alvo fácil –
Quem é que se importa?
A morte pedindo passagem.
A comoção somente dos iguais,
Injustiça banalizada.

Diga-me:
Como poderemos mudar esta realidade?
De não mais testemunhar o sangue –
Escorrendo pela sarjeta.
Feito zumbis seguindo um caminho sem retorno –
No meio da sobrevivência.
Por vezes, cansados de bater na tecla da resiliência.
Tampando o sol com a peneira,
Tentando evitar a ansiedade em plena loucura.
Na tentativa de não enxergar e/ou esquecer a covardia.
Agradecendo a Deus por mais um dia, pela vida dos seus entes e amigos.
A nosso favor, reinventando uma verdade suportável,
Na expectativa de esquecer os traumas –
Da alma sangrando.
Ao mesmo tempo, envolvidos em melancolia –
Impregnados de lembranças, das memórias –
Daqueles que partiram prematuramente,
Uma chaga que sempre permanecerá aberta.

Abandonados:
Por aqueles intitulados os salvadores da Pátria.
Usufruindo um marketing perverso,
Aliciando mentes pequenas –
Transformando-as em robôs,
Vício cruel.
Da ganância, o poder em arrogância,
Egos em ostentação.
Escravizando todos à sua volta,
Comprando a fala equivocada do adversário –
Cenário frio e patético.

Os invisíveis em fila indiana,
Na labuta – Nenhum refrigério.
A maior parte do salário – Impostos –
De segunda a segunda –
Faça chuva ou faça sol –
Ainda canivete:
Preparado para mais uma batalha.

Estado omisso –
Estarrecedor –
Promovendo a fome,
Em todas as vertentes.
Frio e calculista,
Em meio às enchentes.
O povo negligenciado,
Lágrimas torrenciais.

Até quando?
Permanecerá está mesma pergunta,
De sofrimento e solidão.
Catástrofes repetidas,
Sem alguma intervenção.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Carta para quem quiser ler

 


Será que tudo:
É questão de tempo para o final?
Melancólica busca:
Afim de fazer com que tudo faça algum sentido –
Em meio às injustiças e tragédias não evitadas,
Nesta vida repleta de desafios -
Ameaças sob o caminhar na corda bamba.
Na destreza pragmática da subsistência,
Ultrapassando os obstáculos, sobrevivência.

Às vezes, penso ser uma perda de minutos –
Talvez de horas nesta infindável labuta –
E gasto de energia perdida a troco de nada.
O cansaço orbitando sobre as nossas cabeças,
Sensorial –
Feito luzes psicodélicas piscando em nossos olhos.
As iris dilatadas fomentando um diagnóstico qualquer.
Mergulhados em uma imensa dimensão,
Em que nada se configura com a realidade.

Entretanto, o que mais almejamos é diferente:
Outra direção,
Visualizada uma luz –
Na bússola interdimensional –
De nossos anseios por mudanças.
Enquanto a radicalização  de transformação,
De modo de vida não acontece,
Estamos voltados ao velho prognóstico de involução,
Deixando-nos dominar,
Tornando-nos uma raça menos evoluída –
Permitindo com que a ignorância,
Penetre mais e mais em nossos poros.

Pois é incutida uma cultura imediatista:
Formulada – Não leva ao raciocínio,
Fazendo  com que tudo –
Um pouco mais seja digerido com rapidez:
Descartado.

Principalmente, a falta de empatia,
Onde o sofrimento alheio não nos toca.
Os corações transformados em pedras –
Abruptos.

As escolhas individuais não são levadas,
Nenhuma consideração -
Não o fazendo a menor diferença.

Os seres humanos,
Com a infeliz mania de criar grupos –
Disseminando as inverdades.
Julgando - Tirando de circulação,
Aqueles que não compactuam –
Maquiavélicas ideias e ideais.

A humanidade pode se transformar –
Tem a capacidade de ser,
Mais do que lhes apresentam.
Não somos como meros produtos descartáveis,
Porém, quando não respeitamos o próximo,
Tornamo-nos -
Menos do que um zero a esquerda.

Imperfeições diárias


A perfeição –
Desejamos onde se faz presente:
As imperfeições diárias.

Ainda possuímos tanto por aprender,
Mas nos apegamos aos velhos hábitos –
Os mesmos erros.
O que ocorreu no passado,
De nada vale como experiência,
Para moldarmos novo conceito –
Sempre batendo na igual tecla:
A da ignorância.

Em meio aos atropelos,
Podemos nos deparar com bons corações.
Com a disposição de ajudar  -
Repletos de solidariedade.
Fundindo-se na triste realidade,
Infelizmente, essa é a verdade.

Acontecem as injustiças,
Estão espalhadas pelos caminhos da existência,
Cheias de controvérsias.
Aos justos e de caráter imaculado:
É necessário manter a calma –
Para que nada jamais possa sair dos eixos,
Encaminhando-se a direção contrária.

Se estamos aqui –
É por algum motivo – Alguma razão,
Mesmo envoltos em tempestades,
As guerras por territórios –
Por menor que sejam,
Ou a possibilidade de pacificação.

Não devemos confiar cegamente,
Naqueles que “planejam” a paz –
Porém, no trajeto promovem o caos,
Por onde passam disseminando o mal.
Ceifando vidas de inocentes,
Isentando-se de suas responsabilidades.

Devemos nos resguardar,
Assim cumprindo-se aquilo que foi dito.
O absoluto não mais existe,
No momento ao qual vivemos, crucial.

A resistência deve ser um prato degustado –
A cada amanhecer,
Alimentar-se de sua essência.

A humanidade:
É usada e manipulada desde os tempos da criação,
Como massa de manobra –
A serviço daqueles que detém o poder,
Monopolizando pensamentos –
Repleto de artifícios e subterfúgios,
Em prol de si, acumulando privilégios.
Com a única intenção –
De desviar as atenções –
Agindo na surdina,
Aos menos favorecidos, propagando o mal.