Em meu interior -
Busco por momentos de alegria.
Nos instantes de silêncio,
Desprezando o selênio.
Espaço que possa me escutar,
E ouvir todos os desejos.
Que trago guardado no peito,
Trancafiados em meu quarto.
Como em segredo o beijo,
Espreitando sem malicia.
Um espião ao redor,
Não tenho como respirar.
Acredito -
Quando me deito,
Sei que posso voar.
Rumo aos meus sonhos,
Alçando-me nos versos que componho.
Sem nada para me impedir,
Um dia, tornará realidade.
Não sei onde estarei se aqui,
Ou em outro lugar.
O meu coração viverá a felicidade,
Encontrarei enfim a verdade -
E com ela a tranquilidade.
Tenho vivido tantos percalços,
Andando com os pés descalços.
É longa a caminhada,
Não desistirei desta estrada.
Por mais que as trilhas,
Sejam mais esburacadas.
Seguirei por milhões de milhas,
Não medindo a distância.
É ensandecida a chegada, minha ânsia,
Prefiro correr o risco, melhor assim.
Antes lutar, a esperar pelo fim,
Diante do perigo, estou armada.
Acredito -
Quando me deito,
Sei que posso voar,
Nos pulmões novo ar.
Quando estiver cada vez mais alto,
Desatarei os nós dos desenganos.
Atingirei renovados planos,
Conhecerei a outra dimensão,
Tenho certeza da emoção.
Acredito -
Quando me deito,
Sei que posso voar.
Ou olhando para o horizonte,
No olhar fixo vislumbrando o céu.
Basta ver em meu semblante,
No coração, borboletas fazendo escarcéu -
Feito selenita morando em outro lugar.
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