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terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Releitura da minha vida

 


Eu escrevo -
Velho mundo novo.
Inúmeros papéis amontoados,
Guardados -
Trancafiados -
Valem mais do que ouro.
Para alguns sem valor,
Essa arte é o meu calor.
Os meus tesouros,
São os meus fichários.
Contém conhecimentos.
Sentimentos enigmáticos,
Singulares,
Brutos,
Solares...
Às vezes, sombrios.
Deveras... Frios.

Relendo-me -
Sou pega de surpresa.
Transcendo na releitura,
Sinto-me presa.
São tantas vidas,
Várias em sincronia.
Todas reverberando energias,
Aqui dentro de mim,
Aprisionadas.
Outrossim,
Almejando uma fresta.
Para então sair,
Sobressair -
Cumprir o seu papel,
Em formato de cordel.
Espalhar poesia -
Que de verdadeira existe.
Sem que tenha que polir,
Nem aparar a aresta.
Na alma persiste,
Sem nada arguir.
Desfazendo ao léu.


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