Desde a época da escravidão,
Antes, durante e depois da abolição.
Há esse regime de perseguição,
Cor negra tombada, à mercê da exposição.
Mudou pouca coisa de lá para cá,
Senzala, transformou-se em favelas.
Vidas oprimidas, entre becos e vielas,
O som dos estampidos, no dó ré mi fá.
Resultado: Indivíduos estendidos ao chão,
Não pela lei da gravidade, opressão.
O desespero tomando conta do lugar,
Ansiedade, depressão, falta de ar.
Mascaram as leis, Governo genocida,
Brincam de Deus, ceifando vidas.
Retiram o privilégio de sonhar, jovem preto,
Impondo deveres, nada de direitos.
Atiram primeiro, grande burrada,
Fascistas de direita, almas nefasta.
A comunidade inteira devastada,
A lamentação da agonia vasta.
De saúde e educação nada de intervenção,
A ditadura do poderio bélico, a solução.
São crimes violentos, nenhuma resolução,
De corpos dilacerados, a profanação.
Não tarda, desde sempre a resistência,
A união dos menos favorecidos, a potência.
Em meio à dor, pedindo por clemência,
Os de colarinho branco, a prepotência.
Em pleno século XXI, ressoa surreal,
O apartheid sem máscara, consciente.
Vitimizando pessoas inocentes,
No racismo de extermínio, brutal.
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