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terça-feira, 3 de junho de 2025

Não vamos recuar


Inevitável não sentir essa densidade, 

Chega de mansinho...

E vai se apropriando de nosso ser,

Como um arrepio percorrendo cada recôndito do corpo.

Entorpecendo –

Paralisando, cortando o ar.

A mercê de estampidos,

Por um momento,  coagidos,

Mas não vamos recuar, surpreendidos?


Só conhece essa realidade, 

Luta para sobreviver nessa fatalidade, 

Quem sente na pele a comunidade.

Crianças e jovens –

Desencaminhados futuros promissores, 

Ultrapassando limites.

Tachados como infratores,

Mergulhados na vida da ilusão.

Cometendo crimes pela ostentação,

Para o imoral não há trégua.

Entre o Governo e o poder paralelo, 

Diferente régua. 

A juventude perdida,

Sob a influência da involução. 

Quanto menos pensar,

Zero potencial de raciocínio. 

Quanto mais se tem, 

Mais se quer,

Somando desperdício. 


No desejo de impor a supremacia branca,

Por detrás de fake news, 

Colocando banca.

Pessoas julgadas por classe e cor,

Vale o que tem,

E nada se mantém, 

Em total desamor.

Assaltados a qualquer hora,

Pela mão armada sem clemência. 

Da saúde e de educação privados,

Cidadãos de bem.

Rastejando por migalhas,

Condenados por falhas.


Destinados à nós, 

Qual é o espaço?

A gentrificação, 

Pegando-nos pelo laço. 

Como se pudessem excluir a negritude,

Ao pobre favelado,

Distribuindo o que há de costume. 

Quanto mais apanhamos, resilientes, 

Unindo-nos somos fortes.

Levantando os punhos,

Fortalecendo passos pelos caminhos,

Tão destemidos,

Quanto aos algozes. 

Gradativamente mais velozes,

Pouco à pouco impondo o ritmo. 

As cores de um novo dia,

Presenteando com o realismo. 


Aqui não existe somente o medo, 

Também há luta.

Pagando alto preço em pecados,

Tão árduos,

Quanto a derme em brasa.

Até quando suportaremos a opressão?

De sermos tratados como descartáveis, 

Sem nenhuma proteção. 


Um Estado omisso, 

Para os seus sem compromisso. 

Planejando jogos de interesses, 

Em dias, anos e meses.

Apresentando o teatro sujo da manipulação, 

Enquanto,  permanece a esperança. 

De fato existir, pela mudança, 

Desvanecendo a dor e agonia.

Rejuvenescermos pela harmonia, 

Convivendo em comunhão.

Compartilhando o mundo,

Com condições igualitárias.

Onde se encaixem as peças, 

De um velho quebra cabeça –

Totalmente enferrujado,

Há tanto tempo perdido. 


Talvez seja um sonho distante, 

E não veja acontecer,  lancinante. 

Que não tarda jamais,

A prioridade pela paz.

Em algum momento, 

Desejo escrever outra história. 

De um lugar plenamente diferente, 

Sem que me falhe a memória. 

Porque pareço viver,

Nesta realidade paralela,

Em que nada condiz com a verdadeira. 

Entrelaçada com o caos, 

Infinita insanidade,

Para que se transmuta em felicidade. 



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