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domingo, 17 de abril de 2022

Ao olhar da perspectiva


Corpos –
Tombados ao chão.
Mais um –
Menos outro.
Quantos mais?
Pessoas de bem –
Marginalizadas.

Almas vagando pela Terra,
Sem destino –
E nem direito ao umbral.

O que serão de seus espíritos?
Seres desprezíveis –
Sem a extrema unção,
Pagando os pecados –
Disserto a abnegação.

Aqui –
Qual foi a função?
Promovendo o caos e a desordem,
Em nome de um Deus cristão.
Pelo progresso da ordem,
Mas por detrás das cortinas –
Encobrindo com a fumaça,
Acobertando os seus crimes.

Para onde caminharão?
A carne apodrecida ao chão,
Servirão como adubo,
Misturado ao exterco –
De infames consciências.
Atitudes –
Em estado de putrefação.
Colocando em risco,
Toda uma nação –
Países inteiros.
No desejo de desbravar,
Ou arrasar o derradeiro.

Um bando de estúpidos,
De marca maior.
Poucos são os privilegiados,
A maioria tratados,
Como pobres coitados.
A periferia:
Sem voz –
Nem vez!

Outra incursão –
Do Estado na favela.
Acinzentado a aquarela.

Quantas vidas se perderão?
Inocentes –
No meio do fogo cruzado.
Quem é que pensa:
Nas famílias –
Aos desavisados.
Circunstâncias perversas,
Não é a primeira –
Mas diversas.

Outro alguém alvejado,
Não importa quem é –
Quem são.
Mais um delinquente abatido,
Qual será a razão?
Do crime cometido,
Talvez nenhum –
Ou somente um:
Nasceu pobre –
Não prosperou –
Não paga os impostos –
Virou devedor.

É desse modo,
O prisma do governo.
Sai um –
Entra outro –
O que continua:
O massacre do povo.

Prosseguimos –
No modo hard.
Observados como sardinha em lata,
Talvez como gado na próxima eleição.
Quem sabe como boi de piranha,
Em mais um projeto –
Na oração:
Deus queira que dê certo!

Anos após anos,
Defendendo a Pátria –
Armada constituição.
Sem a mínima valorização da democracia,
Está ressurge –
Em um momento qualquer.

Corpos apinhados,
Jogados na mesma bala comum –
Da discriminação.

Quando morre alguém,
Julgado importante –
Homenagens e honrarias,
Ao favelado –
Apenas um número,
Não mais lembrado –
Na fria estatística.
Continuamos no espaço gélido,
Priorizando mudanças –
Não há o olhar de perspectivas.

 

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