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sábado, 28 de junho de 2025

Traços de pavor

 


É sempre a mesma história, 

Pintando outro quadro de horror –

Personagens realistas.

Quais serão as próximas vítimas?

A derramar jatos de tintas,

Emoções e reações distintas.

No flagelo do corpo, desumano,

Não teceram outros planos.

Nos desejos envoltos na heresia –

Emudecendo a translúcida poesia.


Só não enxerga quem não quer,

A ponta do iceberg,  exceto prazer. 

Tragédias repetindo-se à centenas, 

Entrando para as estatísticas,  milhares.

O sistema e seus pares,

Fomentando o genocídio preto.

Colocando lenha na fogueira, exclusão, 

Antes o papo furado.

Agora não escondem os pecados,

Patrocinando a dilaceração.


Aos semelhantes,  nenhum pingo de pena,

Jogados para o escanteio. 

Sem ponto de referência, 

O que resta é pedir clemência. 

O mesmo Estado omissor,  digno do caos,

É o que te cobra, o karma de todo o mal.

No meio da favela,  ou no asfalto, 

A quantas andam a saúde e educação?

Insegurança batendo no nariz,

Nenhuma bússola, qualquer força motriz.


O ódio que nos move, após o medo, 

Também bate o desespero. 

No ato falho, ausência de esmero, 

Perdendo-se no desequilíbrio da essência, descuido.

Na mira do fuzil, mais um preto, favelado, 

O seu potencial mal avaliado. 

No rito de passagem,  intolerância, 

A dura luta clamando por justiça.

Quantos irmãos ficaram pelo caminho?

É uma conta que não fecha, perdição. 


O estatuto ao invés de salvar, ceifando vidas, 

Correndo de um lado para o outro,  perdidos.

Ninguém sabe como e qual será a hora marcada, 

No rosto,  exímio fio de esperança. 

Chega de mansinho,  surpresa,

Deixando-nos à todos chocados. 

Nenhuma reação,  atordoados,

Não tem para onde correr, para quê fugir?

O inimigo se apresenta,  onde menos se espera,

A paz infinita triste espera. 


Na solitude o que resta por aqui...

Nos grotescos traços de pavor. 


quinta-feira, 26 de junho de 2025

Mente límpida


Por mais que nos blindemos, nunca seremos cem por cento protegidos.

Na terceira dimensão sempre haverá a vulnerabilidade,

Portanto nos manter distantes do que tanto abominamos é  um desafio diário,  a empatia está cada vez mais escassa.


Quero a leveza dos dias!


A passagem das horas no espaço translúcido de minha alma.

Embora os meus gritos sejam abafados, 

Na tentativa da minha voz ser calada,

Há algo que ecoa no cerne –

Ressoando pelo espaço sideral. 

E essa sensação é tão recompensadora, 

Diante do silêncio da omissão. 


Está afastada do burburinho,

É o que me mantém longe.

A proteção é tão primordial, 

Quanto a mente límpida –

Diante de todo o processo de aniquilação. 


Que Deus possa nos proteger de todo o mal que nos espreita,

Favorecendo horas felizes,

Com a energia solar que somos favorecidos.


Há toda uma divindade onde muitos não a enxergam,

Mas posso senti-la com a espiritualidade ao nosso redor.

Mesmo que pareça distante, 

Estou(amos) aqui para fortalecer o elo com o sobrenatural. 


É compreensivo que haja muitos mistérios em torno,

Apesar de que a humanidade,

Ainda não está preparada para o próximo estágio da evolução. 

Muitos se perdem e se perderão no meio do caminho,

Porque não suportarão a desconfiança de terceiros, 

Entregando-se à ilusão lhes apresentada.

Portanto,  é preciso que possamos agir com sabedoria e discernimento.


Sejamos luz!


terça-feira, 24 de junho de 2025

Carta para a humanidade XXVIII


Em alerta permanente, 

Vinte e quatro horas, 

O modo sobrevivente.

Sempre uma tormenta, 

O obstáculo  -

Quebrando o elo.

Apocalipse cotidiano, 

A bonança em segundo plano.

Margeando a resiliência,

Toneladas de paciência. 

Qual é o próximo apuro?

À espreita a terceira Guerra Mundial,

Quem diria?

Nenhuma surpresa, 

Já não basta os confrontos territoriais –

No Estado,

Injustos pecados.

O front de batalha, 

Migrando para fora das favelas,

Espalhando-se para o asfalto. 


Os governantes em suas mansões, 

Os pobres aprendendo táticas de guerrilhas -

Coincidência ou não?

Ansiedade  -

Coração na mão. 

O número gera preocupação, 

Qualquer barulho  -

Estampidos,

A mercê de absurdos. 

Ligados à duzentos e vinte,

Alta voltagem. 

A auto defesa,

Nenhuma miragem. 


Quem em algum momento, 

Virará a mesa?

Cidadãos de bem,

Tratados como produtos perecíveis. 

Tombou mais um?

Sem problema  -

Não é o primeiro, 

Também não será o último. 

Todos são substituíveis, 

Nenhum argumento, 

Que prove ao contrário. 

Todos agem como interesses,

Para quê os disfarces?


O tempo passa,

Adeus aos protocolos de segurança. 

Alimentando a insegurança, 

De uma sociedade ultrapassada.

Agindo pelas causas dos mais ricos,

O trabalhador correndo riscos.

Menos um proletariado, 

Ceifado, tachado como efeito colateral.

No silêncio ensurdecedor, 

Restando para os pequenos,

A população o vil terror.


A violência cada vez mais normalizada,

Bancada por parte da engrenagem, 

Que era para ser solidária. 

Mas que se afundam em crimes, 

Atos infracionais, ilícitos.

Os que pagam são os inocentes, 

Massacrados pelo sistema. 

Montando estratagemas,

Para se sobressair perante o caos,

E não naufragar pelo caminho. 

Observando as flores,

Embora, convivendo com os espinhos.


A vida é  uma árdua jornada,

Mesmo que seja longa a estrada. 

Deve ser percorrida com leveza,

Em algum momento, 

Haverá a felicidade,  leveza.

Co-criando horas de alegria, 

Na temperança da sinergia.


Não lamente para o que de mal aconteça, 

Do nosso cerne deve brotar a esperança. 

Moldando o âmago, 

Feito a ingenuidade das crianças.

Por mais que possa parecer diferente, 

O ápice se dará. 

A poluição se desvanecendo,

Oxigênio límpido,  puro ar.


domingo, 22 de junho de 2025

Grito de resistência (Ser Mulher)


Não é fácil nascer na terceira dimensão, 

Conforme crescemos ou não – 

Haverão as descobertas de tamanhos desafios:

O de conviver socialmente, 

Em casa,

No trabalho,

No meio do transporte público,

Os que não deveríamos encontrar em situações corriqueiras.


São centenas de assassinatos,

Ninguém detém esses atos, 

De maneira desordeiras.

Nos quais deveriam prezar pela segurança, 

A existência subjugada –

No simples ato de servir. 

Objetificadas –

Obrigadas a sucumbir –

Moldadas na submissão  -

Forjadas a estarmos sempre em prontidão, 

Ao avesso da resistência.

Desperto o sexto sentido,

A qualquer momento de coação, 

Insistente banalização. 


Nem sempre há o êxito,

Da auto defesa.

Importunadas dispostas como sobremesa,

Como se fôssemos obrigadas,

Vá para o inferno com a sua alienação. 

Nas suas caras estampados o ódio e a misoginia, 

Sempre crescente,

Pensando com a cabeça inferior,

O mais estarrecedor. 


Não tem idade,

O crime corrompendo com ataques brutais,

Sem chance de defesa,

Daqueles que seriam para prover a proteção. 

São os primeiros a espalhar a abnegação, 

Um número crescente de violações, 

No silêncio ensurdecedor de suas residências.

A tortura fragilizando as emoções, 

Ao futuro incerto,  ceifando realizações –

Para as novas gerações. 


Bebês sem o direito de nascer,

Criadas para sermos os portais de um novo ser.

Negadas as contribuições para a ascensão do mundo,

Banidas por diversas atrocidades, 

À cada época uma determinada inquisição. 


Até quando sobreviveremos sob o impacto da maldade?

No modelo ultrapassado patriarcal,

Onde não possuímos voz e nem vez.

Visto como sexo frágil, 

Na infinita perseguição. 

Esta não é bem a verdade, 

Sob o julgamento do opressor. 

Para a nossa permanência, 

Tornamo-nos desafiadoras.


Abandonadas por velhas questões, 

Tidas como um bicho esquisito –

Que sangra todos os meses,

Por vários dias e não morre!

Pelo contrário, mantém a sua força,

De realizar múltiplas tarefas com precisão. 


Arriscando-nos em qualquer contratempo, 

Sobrecarregadas –

Subestimadas –

Sempre com a cabeça erguida,

Demonstrando o seu real valor.

Perante a sociedade, 

Menosprezando o seu papel.

Desdobrando-se em mil,

Mesmo cansada,

Vencendo a empreitada. 


Pelo vil feminicídio, desafiada,

Na nefasta sensação de propriedade. 

Nada velada.

Em números alarmantes,

Vítimas fatais de mentes perturbadas,

Genocídio feminino mundial, 

Por crenças, religiões e atos políticos. 

Dizimadas pelo simples fato de ser MULHER. 


Gritamos por uma política humana,

Mais protetora.

Quem sabe acolhedora?

O que possuímos somente um modelo burocrático, 

Onde se fala mais e se realiza o menos.

É o oposto daquilo que deveria ser,

Estupros a maior forma de punição, 

Tortura de vingança,

Homens sendo homens  -

Sem alguma contestação. 


Que haja mais empoderamento,

A doce liberdade singela de coexistir.

Usufruindo do verdadeiro sentido da vida,

O real avivamento, 

Com respeito à suas escolhas. 

Principalmente,  entre quatros paredes,

No aconchego dos lares.


BASTA DE FEMINICIDIO!

BASTA DE MISOGINIA!

BASTA DE GENOCÍDIO!


O nosso corpo é um lugar sagrado –

Para o feminino. 

Não é entretenimento, 

Nem muito menos diversão. 


Somos fortes,

Trabalhadoras –

Contribuindo para a evolução. 

E não meros produtos, 

Para sermos usadas e descartadas.


Que haja leis definitivas para a transmutação de pensamentos,

As benfeitorias do engajamento.


Pronto!

É um basta!

Não há como ser de outra maneira.


Parem de nos matar!

Parem de nos estuprar!

Só desejamos ser feliz,

Compartilhando os dias como devem ser.

Convivendo com segurança, 

Sem medo.


Ser Mulher é está sempre atenta,

Para o próximo movimento.

Em um looping infinito,

Para ter a dignidade da proteção. 


sábado, 21 de junho de 2025

Solitude da poesia


Em solitude  -

Transbordo-me em poesia.

Transmutando a realidade,

Co-criando a verdade.


A tormenta  -

O caos –

Por entre as palavras, 

A sororidade, 

As letras –

Em completa sonoridade. 

Vagando por trilhas sonoras,

O deleite em harmonia. 

Aos positivos presságios,

Uma dose certa de loucura -

Impondo um pouco de paz.


Na desordem urbana,

Hibernando na essência. 

Ao meu ser, Eu Superior, 

A devoção, íntimo louvor.

Direcionada pelo som do rock n’ roll,

Silenciando a mente, 

O lugar de abrigo.

Fugindo do perigo iminente,

Descobrindo o aconchego. 

Das batalhas diárias,

Por vencidos cada obstáculo,

Com as raízes criando vínculos.

Fugindo das situações arbitrárias, 

Blindando-me da maldade,  contrárias. 


A poesia  -

É um salto para a consciência, 

Uma válvula de escape, espiritualidade. 

Obstruindo o estado de consternação, 

Leva-nos à evolução. 

Destruindo o efeito manada.

Elaborando os pensamentos, 

Levando-nos à lógica do raciocínio. 

Com seu alto poder crítico,

Arrefecendo o declínio. 

Levantando a cabeça, 

Mesmo correndo riscos. 

Não sermos mais uma peça, 

Neste defasado quebra cabeça. 


Grito pela vida


Sempre se repete a velha História, 

O que muda são os personagens. 

O sangue escorrendo através dos livros didáticos,

Contando o que apenas lhes convém. 

Escondendo um vil jogo de interesses, 

Armando conflitos,  gerando a manipulação. 

Os ricos fomentando guerras, 

Enquanto,  os pobres morrem em ação. 


Eles regem as ferramentas, 

No poderio bélico  -

Gerando a corrupção. 

Os inocentes vagam feito zumbis,

Desumana consequência.

Indo de uma ponta à outra,

Atrás do básico, 

À procura da defasada alimentação.

Na busca incessante por água,

À olhos vistos dos sonhos à destruição. 

Repetindo o mesmo conto de terror, 

Para quem não tem escolha, o horror. 

Ao invés de construir,  a comunhão,

Optam por destruir,  perde-se a razão. 


Gerando conflitos, 

Contas manufaturadas insuflando riquezas.

Quem é que nada nessa maré de devassidão?

Cada vez mais o número de óbitos, crescente,

Todos os dias é uma batalha a ser vencida,

Sem nem ao menos um pão para forrar a barriga. 

Crianças indefesas, 

Também os ingênuos animais.

A Natureza virando pó e cinza,

A fumaça Impregnando a paisagem -

Infelizmente,  não é uma miragem,

O cheiro tomando conta da ambiência,  

Incessantemente odor da putrefação. 


O holocausto nosso de cada dia,

O genocídio à céu aberto. 

Tratados como gados, desnorteados,

Sem saber se seremos o próximo, 

O alvo na alça de mira.

Para os tempos atuais,

Desacreditadas condições. 

O ser humano não evoluiu em nada,

Imperfeita ascensão. 

Estamos atrasados, 

Na contramão da evolução. 

Contradizendo a tecnologia, 

O coração mecanizado –

Engrenagens enferrujadas,

Indo em direção à extinção. 


O dinheiro não compra(rá) tudo,

Se o Planeta Terra não estiver em perfeito estado,

O oxigênio será um item caro.

Bombas e mais bombas,

Espalhando-se por vários países, 

Com destino incerto.

Cidades inteiras se transmutando em desertos,

O que será das próximas gerações, 

Obrigadas a recomeçar do zero.


Sobrevivemos sem o mínimo de conscientização, 

Munidos pela ilusão da ambição,  

Motivados pelo ego e vaidade. 

Saciando o ódio através da desigualdade,

Em algum momento, 

Acontecerá o iminente colapso.

Tornar-nos-emos poeira em meio à terra,

Que longe da multidão de intrusos,

Regenerar-se-á com paciência,

Revelando o verdadeiro espetáculo  -

Longe da ingrata plateia. 


quarta-feira, 18 de junho de 2025

Carta para a humanidade XXVII


E nessa inquietude vamos sobrevivendo,

Na tentativa de nos agarrar à esperança,

Como se ela fosse a última tábua da salvação. 

Às vezes, é tão desgastante,

Mesmo que tenhamos um nível de consciência. 

No entanto,  tudo parece ser tão denso –

Como se não fôssemos suportar.


A maldade humana se enraizando por todos os poros,

A sensação que tenho é de ser apenas a ponta do iceberg,

Gerando esse looping infinito. 

Como é possível admitir tantos desmantelos que vão nos destruindo,  aniquilando.

Pouco a pouco arrancando um por um os resquícios da transmutação. 

Por ora, é difícil resistir toda essa densidade nos abater...

É preciso um ou alguns momentos de descanso,

Dessa forma recuperarmos as forças. 


Até quando viveremos asfixiados pela narrativa de guerras,

Onde vidas inocentes se perdem pelo meio do caminho. 

Querendo ou não somos obrigados a trilhar descalços por cima de seus escombros,  ossos e sangue sem possuir nenhuma opção. 


Por alguns segundos ou por muito deles  -

É desesperador não contemplarmos a luz no fim do túnel, 

Como se realmente existisse.

A humanidade está cada vez mais próxima do abismo de suas almas.


O que realmente acontece com as pessoas?


O Planeta Terra nos oferece o que há de mais concreto para a nossa existência. 

Portanto,  o obscuro da essência de uma parte faz com que sejamos aniquilados, martirizados tanto na morte ou mesmo antes dela.


O que será que nos aguarda no próximo dia  -

Ou no novo capítulo dessa longínqua estrada chamada vida?


segunda-feira, 16 de junho de 2025

Extraordinárias aquarelas


Sozinha –

Em meu quarto,

O silêncio desvanecendo no ar.


Uma luz ecoa distante, 

Chamando a minha atenção. 

Altas horas da madrugada, 

Em meio à escuridão. 

Um cômodo alheio, 

Fora de perspectiva. 

Sem o alcance do olhar,

Emudecendo a expectativa. 


O que se passa nos pensamentos, 

De quem está fora dessa realidade?

Qual será a compreensão –

Diante dos fatos?

Tudo parece ser uma incógnita, 

Do que é permitido ou não –

Do que precisa ser vivenciado ou não. 


São tantas as questões, 

Sem nenhuma resposta. 

Do que será que estou,

Completamente disposta?

Apesar da quietude, 

Há um emaranhado.

São tantas as informações, 

Conexão com o meu Eu Superior. 


Não me detenho com migalhas, 

Antes esta seria a falha.

O se contentar com o pouco,

Se mesmo em solitude,

Posso obter o muito.

Aquilo que me compete, admiração, 

Galgando novos caminhos. 

Envolvida no alinhamento, 

Transparecendo na alma –

O avivamento. 


Às vezes, distinguir não é fácil, 

Com o passar do tempo.

Adquirindo experiências, 

Propondo translúcidos movimentos.


A vida na Terra,

Provoca-nos a resiliência. 

Obrigando-nos a sermos fortes,

Brava resistência.

Olhar para dentro de si,

Requer coerência. 

Há muitas luzes acesas,

No âmago da ilusão. 


Quem convive com a própria sombra,

Requer um pouco mais de atenção. 

Ao cair no fundo do poço, 

E com as mãos machucadas,

Escalando cada centímetro.

Reconhecendo-se em sua penumbra,

E por escolha –

Transmutando-se em luz.


Não que esqueceu da turbulência do passado,

Guarda-o em um lugar de destaque. 

Para não mais cair,

E, sim, sobressair, 

Daquele local de aniquilação. 

Tratando as feridas, 

Transmutando-as em cicatrizes –

Desenhando extraordinárias aquarelas.


Carta para alguém que não encontrei


Distante de tudo e de todos, 

Um espaço somente nosso. 

O burburinho deixado de lado,

Na imensurável lealdade. 

Quem disse que isso é verdade?


Este foi o mundo fantasioso,

Co-criado na trilha da solitude. 

Escondendo-me da ausência, 

No desejo latente,

De encontra-lo por outras dimensões. 


O amor se transmuta, volúvel, 

Em formas desconhecidas -

Vencendo o tempo e o espaço físico.


Ultimamente,  tenho andado tão desconectada,

Distraindo-me com outras realidades. 

E lá no fundo –

Mesmo que em outro plano, 

No meu recôndito,

Posso toca-lo com a minha alma.

Desde sempre mostrou-se imponente, 

Sem ter nos tocado.


Nada é perecível, 

Embora, pareça um sonho longínquo.

O anseio antes de tudo,

Oferecer a mão amiga,

Eximindo-o de todo o sofrimento. 


É bem real que a terceira dimensão, 

Traga-nos surpresas desagradáveis. 

Mas também nos revela –

Experiências extraordinárias.


A paciência de reencontra-lo,

Supera todos os obstáculos. 

Tenho o entendimento, 

Que viveremos o que for permitido,

Contrariando qualquer perspectiva pessimista.


Ao olhar para uma de suas fotos, 

Posso perceber em teu olhar,

O quanto isso é possível. 

Entretanto, esta aqui:

Adormecido  -

Guardadinho em meu coração,

Desde a época em que não percebia,

Porém,  pressentia-o por perto. 

E, mais ainda, 

No instante de sua partida.

Quando um redemoinho de vento,

Formou-se no ambiente de meu quarto.


Você esteve...

E sempre estará comigo. 

Você  é...

E sempre será eterno. 


Até um dia.


domingo, 15 de junho de 2025

Espetáculo macabro


 

Qual é o seu lado,

No meio de toda essa confusão?

Corpos dilacerados –

Sonhos destruídos –

Conhecimentos em putrefação. 

Milhares de inocentes, 

Pagando um alto preço pela ambição  -

Infinita consternação. 


O que nos resta:

O medo,

O desespero, 

A aflição. 


A quantas anda a sua saúde?

Batimentos cardíacos -

Em aceleração?

Ou será em ritmos descompassados,

O bombardeio em cima de nossas cabeças –

Sem a preparação da militarização. 

O poderio bélico, 

Distribuído a torto e à direita,

O Estado em manipulação.


Até quando viveremos subjugados, 

Pela total insegurança?

Os governantes por detrás de suas mesas,

Não resolvendo nada.

Apreciam o espetáculo macabro,

A morte por telas,

À quilômetros de distância. 

Na população, 

Provocando ânsia,  a ojeriza.

Longe do alcance do raciocínio lógico, 

Aumentando o número de vítimas –

Cada vez mais crescente.

Não importa:

Se é culpado ou inocente. 

As crianças moldadas na revolta,

Um futuro incerto, 

Que não há presente. 

Uma ou mais balas perdidas,

Batendo em suas portas.

Ao menos sem serem convidadas,

Atravessando janelas,

Apenas trazendo apreensão, 

Ou ceifando a vida, 

Sem compreensão. 

Dos dias contados,

As não idas para a escola.

Retirando o direito da educação, 

Aprender táticas de guerra, obrigação. 


Qual é a vantagem?

Há dias em que a adrenalina, 

Está em alta voltagem. 

Um curto circuito no desenvolvimento, 

Insuflando a defasagem psicológica. 

É o povo pelo povo,

Em plena organização,

Na crescente precariedade.

Nem sempre os bons e os justos,

Contribuem para a leveza da realidade. 


Os jovens crescendo,

Com a falta de discernimento. 

Muitas vezes, obrigados,

A tecerem outros caminhos,

Jamais escolhidos.

Pela ilusão e ambição –

Corrompidos.

O que nos resta é apenas a missão, 

De mostrar mesmo que no fim do túnel, 

Existe uma luz.

Que pode se propagar com a união, 

Se unidos caminharmos com determinação. 


Incrédula trajetória


Ameaças –

Iminentes ataques  -

Tortura física  -

Dilaceração da alma –

Frágil estado psicológico  -

Violência!


Todos os dias,

Colocado em prática o apartheid. 


Não importa a cor da sua pele,

A cada dia uma nova invenção. 


Rotulados –

Colocados em gavetas.

O valor na sua conta,

O status social -

A supremacia primordial. 

Promovendo a polarização, 

Aos “inferiores” o ridículo. 


Tenho a pele clara, 

Mas na batalha pela igualdade, 

Estou ao lado dos meus irmãos -

Este é o verdadeiro valor da comunhão.


Somos seres humanos, 

O que difere é a melanina.

Não aceito covardia, 

A derme negra sempre o alvo.

Na maior vacilação, 

Nesse estado de injustiça, 

A retaliação. 


Qual é o teu papel, 

Na luta antirracista?

Todos têm um lugar de fala, 

No genocídio negro extremista.

Na quimera da violação, 

Promovendo a desigualdade -

Exercendo a gentrificação.


Pelo contrário:

Nunca vamos nos calar!

Tornamo-nos heróis de nossas próprias vidas,

Somos símbolos constantes da resistência. 

Ninguém é melhor do que ninguém, 

Neste jogo cruel de perseguição. 

O Estado como ferramenta da manipulação, 

Na imperfeita idealização, 

Na banalidade da raça ariana.


Mascarando crimes,

Tampando o sol com a peneira.

Fechando os olhos para as vis arbitrariedades,

Levando a maior parte do seu quinhão, 

Cometendo atrocidades. 

O que é de direito, 

De nos roubar não tem capacidade. 

Da nossa essência, 

Fazendo parte do conhecimento.

Mesmo  nos forjando, 

Entregando o CEP.

Na limpeza ética,

Há centenas de anos.

Na barbaridade de ódio e ambição, 

Mesmo consternados,

Mais um corpo caído ao chão.


Não vamos recuar,

A favela é persistência. 

Com um Governo dando as costas, 

Fazendo de conta,

Vivendo em uma realidade. 

Subjugados – Paralelamente –

Tratados como escória,

Como produtos descartáveis. 

Pagando impostos, 

Sob um olhar racista.

O mesmo sangue que corre nas veias, 

É o que alimenta a triste estatística. 


NÃO VAMOS RECUAR!


NÃO VAMOS NOS CALAR!


Em algum momento da história, 

Mudaremos a trajetória. 


Resquício de estratégias


Destinos fora do radar,

Desvios por escolhas erradas.

Talvez por falta de oportunidades,

A ilusão distorcendo a realidade.

 

Nem sempre é fácil viver o jogo,

Na cartada de mestre, quebrar a mesa.

Os desafios e o ódio,  a sobremesa,

Servindo o prato frio, vil perigo.

 

Na luta cruel pela sobrevivência,

Em dia mantendo a resistência.

Nado contra a correnteza,  persistência,

O resultado,  no desejo da decência.

 

Às vezes, boa vontade,  lufada de ar,

Amenizando o caos, desse lugar.

Enraizada disputa territorial, vaidade,

Ceifando ascensões, essa é a verdade.

 

A ganância alimentada por vícios,

Suprimindo descobertas de ofícios.

Na deslealdade da vida humana,

Corpos tombados, superfície plana.

 

Qual é a razão? Ostentação de poder,

Os dias se perdendo, subtraindo o prazer.

Adrenalina à mil, estresse em alta,

Corrida de gato e rato, do que sentes falta?

 

O Governo e a autarquia paralela,

Exercendo o teatro,  inflando os bolsos.

À custas de inocentes, recolhendo tesouros,

As sombras tomando conta da aquarela.

 

Entre crimes e cometendo pecados,

Zumbis caminhando perdidos.

Nas batalhas cotidianas, não há atalhos,

Pagando o preço,  por atos falhos.

 

De ambas as partes, qual lado for,

As oferendas,  revendo sacrifícios.

Espalhando a discórdia e o desamor,

Por entre becos,  vielas e edifícios.

 

Procriam-se em uma luta desleal,

Sem o menor resquício de estratégias.

Tomando dimensões,  tão surreal,

Da esperança cortando as artérias.

 

domingo, 8 de junho de 2025

Vidas oprimidas


Desde a época da escravidão, 

Antes, durante e depois da abolição. 

Há esse regime de perseguição, 

Cor negra tombada, à mercê da exposição. 


Mudou pouca coisa de lá para cá, 

Senzala, transformou-se em favelas.

Vidas oprimidas, entre becos e vielas,

O som dos estampidos,  no dó ré mi fá.


Resultado: Indivíduos estendidos ao chão, 

Não pela lei da gravidade,  opressão. 

O desespero tomando conta do lugar, 

Ansiedade,  depressão,  falta de ar.


Mascaram as leis, Governo genocida, 

Brincam de Deus, ceifando vidas.

Retiram o privilégio de sonhar, jovem preto,

Impondo deveres, nada de direitos.


Atiram primeiro,  grande burrada,

Fascistas de direita, almas nefasta.

A comunidade inteira devastada,

A lamentação da agonia vasta.


De saúde e educação nada de intervenção, 

A ditadura do poderio bélico, a solução. 

São crimes violentos, nenhuma resolução, 

De corpos dilacerados, a profanação. 


Não tarda, desde sempre a resistência, 

A união dos menos favorecidos,  a potência. 

Em meio à dor, pedindo por clemência, 

Os de colarinho branco,  a prepotência. 


Em pleno século XXI,  ressoa surreal, 

O apartheid  sem máscara, consciente. 

Vitimizando pessoas inocentes, 

No racismo de extermínio, brutal.


sábado, 7 de junho de 2025

Regime opressor


É sempre a mesma história,
São vários casos na memória.
A bala perdida –
Acertando alguém indefeso,
A mão do Estado,
Pesando sobre os mais fracos.
A população indignada,
Reviravolta no estômago, ascos.
Na comunidade -
Promovendo o luto.
Ao invés de prover a evolução,
Cometem crimes, sem solução.

Sem dó e nem piedade,
Triturado gente.
O Governo fascista,
A base elitista,
Levando vantagem.
Em alta voltagem,
O regime opressor.
Desde a escravidão,
Alimentando o ódio.
Espírito ditador,
Dilacerando com a dor.

Aos moradores da periferia,
O banho de sangue,
Lavando as calçadas.
Exterminando sonhos,
A insígnia conquistada.
A falsidade com louvor,
A população de bem armada,
Por ferramentas de trabalho.
No reflexo do espelho,
A face cansada.

Mais um corpo favelado,
Estendido no chão.
Menos um CPF,
O crime que cometeu: O CEP.
Forjam os seus teatros macabros,
Oferendas aos deuses ocultos.
Como escudos, a religião,
Pregando em falsos cultos.
Os que estão no poder,
Um jogo de cartas marcadas.
Aos que ficam traumatizados,
Perguntando-se:
Quando será a próxima incursão?
Quantos sacrifícios pelo chão?

Velada corrupção,
Ao poder paralelo,
Poderio bélico, munição.
Na linha de frente,
Os que não compram proteção.
Sobrevivendo sob o elo,
Subjugado – Intimidação.

Quantos ficarão caídos?
A vida rendida na ponta do fuzil,
Vivências frias,
Almejando o colorido.
Nada da normalidade,
De não sermos mais coagidos.

A revolta –
A luta –
A peleja –
De desbravar a coerência,
Perpetuando a ascensão da consciência.
A favor, de interromper a dizimação.
Crescendo as crianças,
Desenvolvendo-se sem medo.
No momento, presente,
Pagando pelos erros adultos.
E não sejamos menos incultos,
À espreita estão os vultos.

Aconteceu novamente,
Os números na lista inseridos,
Na triste e enojada estatística.
A alma devastada,
Na insurgência de mais uma batalha.
Multiplicando-se os protestos,
Os apelos por justiça.
Às últimas na UTI entubada,
Nos corações doloridos.
De que ao amanhecer,
Possamos ressurgir fortes.
Suportando todas as turbulências,
E não nos sufoque –
Essa fumaça densa da hipocrisia.


Ação do sobrenatural


Sonhos lúcidos  -

Saídas do corpo –

Sempre nos surpreende o sobrenatural. 

A mente límpida –

Revelando os segredos –

Prevendo o futuro –

Dando-nos uma direção,

Mostrando-nos o melhor caminho.

Afastando-nos do mal e do perigo, 

Ao aprendizado:

O alinhamento. 


E mais uma vez aconteceu!


O coração em paz,

A mente em total silêncio. 

Abnegando-se de qualquer desejo, 

Mas a terceira dimensão prega as suas peças. 

Nos resquícios de ego,

Por mais que o deixamos adormecido,

Ele está lá inerte, porém,  presente.


Como podemos nos ver,

Assistindo aos nossos próprios atos?

Somos fractais de almas, 

Divididos por várias dimensões. 


E eu estava ali, 

Ou em uma realidade paralela.

Tão real, ou mera ilusão, 

Convertida em uma enorme tela de cinema,

Experenciando tudo aquilo. 


O que de fato acontece?

O simples pensamento transmutando a realidade, 

Os pés descalços sobre a areia.

Recriando nova conexão com o astral –

Sinergia. 


O mar –

A maresia –

O vento nos cabelos  -

Um cenário deslumbrante, 

A companhia de alguém que não lembro quem seja.


Tudo é uma miscelânea de emoções, 

O sonho realizado. 

A alquimia energética da poesia, 

Em delicadas ações,

Que revelam a felicidade. 

Plenamente a magia tomando conta das horas,

Sem pensar no que viria depois,

Apenas vivenciando o presente – 

Nem preocupações. 

Apenas vivenciando o entardecer,

Madrugada adentro,

O nascer do sol –

Brindando-nos com o seu calor e brilho. 

Retornando com os pés descalços, 

Novo ar de jovialidade.

Conversas –

Palavras de cordialidade. 


De repente,  a transfiguração, 

A densidade tomando conta do lugar.

O ataque cruel na sutileza,

Não há perigo,

Projéteis atingindo o meu corpo. 


Qual seta a explicação?

Mesmo sendo amparada,

Por que tal bloqueio, 

Abrangendo o coração?


Luta desarmada


Luta desarmada
Apesar do céu azul,
Pairando sobre as nossas cabeças.
Na verdade, há uma incredulidade cinzenta,
Que entorpece os sentidos.
Em poucos a comoção,
Em muitos a normalidade.

Qual é o estado de equilíbrio?
O gélido ar da comodidade,
Os abutres promovendo o vil abate.
Sem menor condição de aceitar o óbvio,
Cada qual com o mais curto pavio.
Retirando resquícios de inocência,
Promovendo a imoralidade.
Incutindo o descaso,
Qual é a razão?

Movendo a engrenagem do capitalismo,
Subtraindo o brilho.
Quem enxerga o verdadeiro reflexo no espelho?
Quem dorme com a consciência tranquila no travesseiro?
Não há menor condição,
Por onde anda o aceitável?
Porque do contrário existe até promoções,
Mergulhados em antigos preconceitos.
Exercendo a dolorida barbárie,
Tão brutal dilacerando a carne.
Rotulados como seres humanos,
Os ditos racionais.
Deixando-se levar pelo ódio,
Agindo como meros boçais.

Nada mais é uma surpresa,
Cada vez mais crimes aleatórios,
Todos os dias preenchendo as colunas policiais.
Enchendo a linguiça nos noticiários,
Comentários totalmente arbitrários.
É preciso nadar contra a maré,
Para não bater de frente com o azar.
O calendário da mediocracia,
Abatendo novas vítimas,
Em total consenso.
Para quê pensar? Perda de tempo,
Pão e circo realizando o seu papel.
Dos que fomentam a distração,
A dopamina e seus afins,
Da boa convivência, o fim.

Não nos daremos por vencidos,
Em algum momento, viraremos a mesa.
Nadando contra a correnteza,
Desafiando os padrões impostos.
Nada de permuta, estaremos opostos,
Sem negligenciar a vida.
Trocando o certo pelo duvidoso,
As escolhas se farão conscientes.
Nada de desperdícios,
Neste modo descrente.
Para tudo haverá uma solução,
Desfazendo o marasmo da manipulação.

Já basta!
Já deu!
Queremos agora o prometido,
Arrefecendo a ditadura velada.
Recriaremos para a Terra,
Diferente jornada.

Não venha questionar, persuasão,
Com seu flagelo de perseguição.
É um longo caminho, transmutação,
Gerando outra consciência, ascensão.
O pensamento lógico,
Ponto de partida.
Em dias mais leves,
Outrora, nova realidade.
Que em algum instante,
Não mais distante –
A completa felicidade.

sexta-feira, 6 de junho de 2025

Tela de aprendiz


Faço-me argila –

Para ser moldada.

Faço-me tela em branco –

Para ser escrita,

Para ser colorida.

As cores da vida,

Transcendendo a magia.

O conto de terror,

Quanta ironia  -

Transmuta-se:

Em água cristalina,

Terno louvor,

Ascendente alquimia.


Toda palavra bendita,

Tem a cota máxima de poder,

Letras traduzem o prazer.

Mesmo com a visão restrita, 

Impedir-me não tem como.

A imaginação,  o feitiço, 

A primeira impressão,

Total realismo.


O risco, o rabisco,

Fora de compasso. 

Com o tempo,  harmonização, 

Ganhando contornos de descontração. 

Simplesmente é questão de escolha,

Observando a Natureza,

Em todos os recônditos.

Embora, a fumaça acinzentada,

Há em cada folha,

Multicolorida beleza.


No Universo há o equilíbrio, 

Entre luz e sombras.

As lições vêm com o tempo,

Em seus prós e contras.

Equalizando a balança, 

É preciso romper o casulo.

Para haver a dita mudança, 

Rodeando todo o caos.

É necessário o abrigo,

Arrefecendo o perigo.


Em toda e qualquer circunstância, 

Preservarmos a inocência,

De vez em quando os atropelos.

A espiritualidade e o âmago,

Fortalecendo os elos.

No interdimensional,

Consagrando –

Realizando a morada,

Transitando pela longa estrada.


Na Terra, a terceira dimensão,

Na dualidade,  muito denso.

A caridade e bons sentimentos,

Alinhados e propensos.

Ao discordar não há, 

Um lugar de aprendizado. 


terça-feira, 3 de junho de 2025

Não vamos recuar


Inevitável não sentir essa densidade, 

Chega de mansinho...

E vai se apropriando de nosso ser,

Como um arrepio percorrendo cada recôndito do corpo.

Entorpecendo –

Paralisando, cortando o ar.

A mercê de estampidos,

Por um momento,  coagidos,

Mas não vamos recuar, surpreendidos?


Só conhece essa realidade, 

Luta para sobreviver nessa fatalidade, 

Quem sente na pele a comunidade.

Crianças e jovens –

Desencaminhados futuros promissores, 

Ultrapassando limites.

Tachados como infratores,

Mergulhados na vida da ilusão.

Cometendo crimes pela ostentação,

Para o imoral não há trégua.

Entre o Governo e o poder paralelo, 

Diferente régua. 

A juventude perdida,

Sob a influência da involução. 

Quanto menos pensar,

Zero potencial de raciocínio. 

Quanto mais se tem, 

Mais se quer,

Somando desperdício. 


No desejo de impor a supremacia branca,

Por detrás de fake news, 

Colocando banca.

Pessoas julgadas por classe e cor,

Vale o que tem,

E nada se mantém, 

Em total desamor.

Assaltados a qualquer hora,

Pela mão armada sem clemência. 

Da saúde e de educação privados,

Cidadãos de bem.

Rastejando por migalhas,

Condenados por falhas.


Destinados à nós, 

Qual é o espaço?

A gentrificação, 

Pegando-nos pelo laço. 

Como se pudessem excluir a negritude,

Ao pobre favelado,

Distribuindo o que há de costume. 

Quanto mais apanhamos, resilientes, 

Unindo-nos somos fortes.

Levantando os punhos,

Fortalecendo passos pelos caminhos,

Tão destemidos,

Quanto aos algozes. 

Gradativamente mais velozes,

Pouco à pouco impondo o ritmo. 

As cores de um novo dia,

Presenteando com o realismo. 


Aqui não existe somente o medo, 

Também há luta.

Pagando alto preço em pecados,

Tão árduos,

Quanto a derme em brasa.

Até quando suportaremos a opressão?

De sermos tratados como descartáveis, 

Sem nenhuma proteção. 


Um Estado omisso, 

Para os seus sem compromisso. 

Planejando jogos de interesses, 

Em dias, anos e meses.

Apresentando o teatro sujo da manipulação, 

Enquanto,  permanece a esperança. 

De fato existir, pela mudança, 

Desvanecendo a dor e agonia.

Rejuvenescermos pela harmonia, 

Convivendo em comunhão.

Compartilhando o mundo,

Com condições igualitárias.

Onde se encaixem as peças, 

De um velho quebra cabeça –

Totalmente enferrujado,

Há tanto tempo perdido. 


Talvez seja um sonho distante, 

E não veja acontecer,  lancinante. 

Que não tarda jamais,

A prioridade pela paz.

Em algum momento, 

Desejo escrever outra história. 

De um lugar plenamente diferente, 

Sem que me falhe a memória. 

Porque pareço viver,

Nesta realidade paralela,

Em que nada condiz com a verdadeira. 

Entrelaçada com o caos, 

Infinita insanidade,

Para que se transmuta em felicidade.