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quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Carta para a vida (impotência) - 4

Não suportei a dor,
Explodi –
Em uma sensação de morte.
Como sobreviver à todo este caos?

O destino existe?
Ou somos autossuficientes,
Para traçarmos nova trajetória?

O espaço tempo,
Linha tênue.
O sentimento maior,
Transmutou-se –
Com a alquimia dos acontecimentos.

Como fui tola –
Em não dar atenção aos sinais.
Todos se mostravam nítidos,
Confiava cegamente.

Não bastava somente a entrega,
A voluptuosidade carnal.
Os sentimentos adormecidos,
Congelados feito um iceberg –
Acumulando frias camadas de poeira,
Deixada com o passar dos anos.

Ser diferente,
Cobra o seu preço.
Aí vem a realidade,
E te dá uma rasteira.

Ou se vive:
Deixando tudo para trás.
Ou se morre:
Por perder tudo –
O que pensou que tivesse.

O tempo verbal –
É tão efêmero,
Quanto a nuvem que se dissipa,
Sem deixar rastros.

A calmaria,
Cedendo lugar a tempestade –
Sombria bagunça.

Sinto-me impotente,
Diante dessa situação.
No espaço condensado,
Fechando os olhos –
Encolhendo-me sobre a cama –
O sono não vem –
Vozes ecoando em minha mente.

Tampando os ouvidos,
Não quero pensar –
Desejo esquecer o pesadelo,
No qual mergulhei.
Na tentativa de gritar,
Em esquecer a ansiedade.
Apenas em cessar,
Arrancando essa dor do peito.

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