Ainda somos privilegiados,
Por ouvir o canto dos pássaros.
A Natureza -
Demonstrando os seus sinais de resiliência,
Tornando-se resistência -
Proporcionando-nos a sobrevivência.
Como seres humanos,
A cada dia mais obtusos.
Agindo de modo aleatório,
A falta de empatia, os exclusos.
Assistindo do sofá de nossas casas, ou não.
Um país submergido em chamas,
Sujeitos aos perigos do aquecimento global.
Espalhando-se feito um rastilho de pólvora,
De forma universal -
Há quem não enxergue a criminalidade,
Por detrás desse espetáculo atroz.
O oxigênio se transformando em artigo de luxo,
Enquanto, atravessamos montanhas de lixo.
A cada dia transmutando o insuportável,
Os pulmões espremidos, sobre pressão.
Estamos no topo da cadeia mundial, os algozes.
Recursos esgotados, desperdiçados,
A fauna e a flora,
Devastados em meio à loucura –
Sofrendo pouco à pouco a extinção.
Por último será o bicho homem,
Nesse efeito do cataclisma –
O antagonismo da coragem.
Os justos pagando pelos pecadores,
O silêncio dos inocentes –
Apenas os observadores.
Da atrocidade em demasia,
Impulsionando a covardia.
O fim está cada vez mais próximo,
Não adianta chorar por medidas não tomadas.
Em cartas marcadas,
A favor da destruição -
Em prol do capitalismo.
De nada valerá o papel moeda,
Ou bitcoins na era digital.
Tudo será transmutado em cinzas,
Ao nosso desfavor, alquimia do mal.
Transcendendo ao pó, a magia da combustão,
Impregnados pelo odor pútrido -
O caos instaurado, a podridão.
O tempo sempre mais escasso,
Modo ardil, o descompasso.
Quantas vidas mais serão perdidas?
Os animais em agonia e sofrimento,
Em meio aos risos –
Para alguns o divertimento.
Estão passando os minutos,
Meses e anos, nada mudará.
Neste jogo nefasto.
Na mídia, nas telas: O descaso.
A grande maioria,
Fazendo pouco caso.
O que vale é promover o caos,
Enquanto, o barco da desordem.
Segue a deriva,
Sem nenhuma direção.
E quanto à nós?
Simples mortais,
Desejando o retrocesso.
Nadando contra a correnteza,
Em nome do progresso,
Gerando sustentabilidade.
Para respirar,
Límpido ar –
Presenteando novas gerações.
No momento presente,
Pouco a pouco sufocados,
Morrendo a base da exaustão.
Sob um calor infernal,
Em meio à dor,
Não há em discursos a lamentação.
Sejamos luz.
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