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terça-feira, 17 de setembro de 2024

Sonhos perdidos


 

Será que sobrevivemos em uma grande simulação?

Por entre jogos de azar e manipulação?

A custa de sonhos perdidos  -

No auge da ilusão.

A juventude coagida,

Um cabo de guerra desleal.

Será que vale tudo –

Em nome da ostentação?

 

Tantas vidas perdidas –

Sangue inocente derramado.

A dualidade  -

Brincando com a realidade.

 

Faca de dois gumes,

Servindo para lados opostos.

Guerra desfavorável,

Em prol da corrupção.

Ganha mais –

Aquele que tem o dom:

Da bajulação.

 

De cartas marcadas,

De carmim manchado.

População encurralada,

No meio do fogo cruzado.

Quem será a próxima vítima -

No meio da rua,

Ou dentro de casa?

Qual foi o dedo que apertou o gatilho?

Um... Dois... Três... Ou mais...

Disparos fatais.

Ceifando mais uma vida,

De promessas não cumpridas.

Escorrendo o líquido da vitalidade,

A humanidade descrente.

Outra vez encarcerada em inverdades.

 

Por onde andará a razão,

O Estado e a degradação?

Ou o menino negro e pobre da periferia,

Que desejava ver a luz do dia,

Sob outra perspectiva.

Mas acabou com um fuzil em suas mãos,

Morreu vítima da covardia.

Quais foram os seus medos?

Ou sofreu uma decepção?

Do Estado que deveria acolher,

No entanto,  não o deixou florescer.

Levando-o para outro rumo,

Mudando planos,

Somente pontos de interrogação.

 

Esvaiu-se a esperança,

O brilho no olhar da criança.

Deu lugar à violência,

Munido de carência.

Em neom no peito,

Refletindo um alvo.

Tão certeiro, provocativo,

Marcado para o abate.

Preparado ou não,  para o combate.

Qual o crime cometido?

Apenas o de ter nascido?

Em um lugar desprotegido,

Onde os magnatas têm os seus escolhidos.

 

Uma sociedade que não preza a igualdade,

Promovendo deslealdade.

A troca de nada,

Impondo preços,  exceto valores –

Exterminando os desertores.

 

Sem a menor piedade,

Falta de escrúpulos  -

Tachados de nada,

O último suspiro,

Em nome da iluminação,

A busca pela felicidade –

Desejando  a ascensão.

 

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