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sábado, 9 de agosto de 2025

Quimera da poesia


O pavor -

O medo -

O ciclo de terror -

O circo do horror!


Ameaças em forma de estrondos,

Não há mira,

Nem o alvo certo.

Disparos de fuzis, trajetórias aleatórias,

Atravessando paredes  -

Sem aviso,

Estraçalhando corpos. 

A derradeira gota de sangue,

A transbordar o copo.

A falta de consciência, 

Por mero capricho,

Pelo arrefecimento de zelo.

Onde não há compaixão, 

O que sobra é ambição. 

Por quem vende mais, 

Pelo lucro positivo. 

Afrontando o poder,

A dor em demasia.

Aprisionando a população, 

Nesta completa loucura.

Contagiante  insanidade, 

Acinzentada realidade –

Desfazendo a felicidade. 


Qual será o futuro da humanidade,

Descendo ladeira abaixo?

Comportando-se feito lixo,

Transformando-se em farrapos.

Sem nenhuma mensura de gentileza, 

Opiniões diversas, dividindo  mesas.

Os devaneios do luxo,

O mesmo que trajando trapos.

Na retórica do retrocesso, 

Acertando em cheio, a meta do processo. 

Dando conta do recado,  a imaturidade, 

A violência impondo guarita.

Os governantes saciando as estatísticas, 

Jogando mais lenha na fogueira. 

Deste ardente caos, 

A vida alheia em tremendo vendaval.


Quem foi que recriou a ilusão distópica,

Distorcendo o que realmente era para ser.

Individualizando o prazer,

Aos rejeitados a triste sina.

Apenas mais um em meio à multidão, 

Essa é a tola constatação. 

Abnegando os semelhantes, 

Vestindo-se de papel principal. 

Aos outros,  simples coadjuvantes, 

Nessa transloucada Torre de Babel. 

Roubando-lhes completamente a memória, 

Pondo terrível fim na história. 

Como quem aniquilasse uma barata,

Por detrás das costas, fechando a porta.


Os periféricos se mantém firme na esperança, 

Por dias melhores, menos cobranças. 

Não ser subjugado, jogados à traças, 

Respirar livremente,

Andar tranquilamente. 

Respaldado todos os direitos, 

E não mergulhados em deveres,

Não mais forjados nos afazeres.


Será apenas um sonho,

Na quimera de minha poesia?

Acabar de vez com a hipocrisia, 

Deixando iluminado o amanhecer, 

Sem ao menos perecer?


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