O pavor -
O medo -
O ciclo de terror -
O circo do horror!
Ameaças em forma de estrondos,
Não há mira,
Nem o alvo certo.
Disparos de fuzis, trajetórias aleatórias,
Atravessando paredes -
Sem aviso,
Estraçalhando corpos.
A derradeira gota de sangue,
A transbordar o copo.
A falta de consciência,
Por mero capricho,
Pelo arrefecimento de zelo.
Onde não há compaixão,
O que sobra é ambição.
Por quem vende mais,
Pelo lucro positivo.
Afrontando o poder,
A dor em demasia.
Aprisionando a população,
Nesta completa loucura.
Contagiante insanidade,
Acinzentada realidade –
Desfazendo a felicidade.
Qual será o futuro da humanidade,
Descendo ladeira abaixo?
Comportando-se feito lixo,
Transformando-se em farrapos.
Sem nenhuma mensura de gentileza,
Opiniões diversas, dividindo mesas.
Os devaneios do luxo,
O mesmo que trajando trapos.
Na retórica do retrocesso,
Acertando em cheio, a meta do processo.
Dando conta do recado, a imaturidade,
A violência impondo guarita.
Os governantes saciando as estatísticas,
Jogando mais lenha na fogueira.
Deste ardente caos,
A vida alheia em tremendo vendaval.
Quem foi que recriou a ilusão distópica,
Distorcendo o que realmente era para ser.
Individualizando o prazer,
Aos rejeitados a triste sina.
Apenas mais um em meio à multidão,
Essa é a tola constatação.
Abnegando os semelhantes,
Vestindo-se de papel principal.
Aos outros, simples coadjuvantes,
Nessa transloucada Torre de Babel.
Roubando-lhes completamente a memória,
Pondo terrível fim na história.
Como quem aniquilasse uma barata,
Por detrás das costas, fechando a porta.
Os periféricos se mantém firme na esperança,
Por dias melhores, menos cobranças.
Não ser subjugado, jogados à traças,
Respirar livremente,
Andar tranquilamente.
Respaldado todos os direitos,
E não mergulhados em deveres,
Não mais forjados nos afazeres.
Será apenas um sonho,
Na quimera de minha poesia?
Acabar de vez com a hipocrisia,
Deixando iluminado o amanhecer,
Sem ao menos perecer?
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