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domingo, 31 de agosto de 2025

Marginalizados

 


O sistema falido,

A força bruta massacrada.

O poder corrompido,

A população dilacerada.


O som dos traçantes,

Ecoando no espaço. 

Acabou o lazer, decepcionante,

Correria a largos passos.


No meio do desespero, 

Salvem-se quem puder, pressão. 

Táticas de guerra, esmero, 

Infinita insanidade,  consternação. 


O burburinho,  transmuta o silêncio, 

O medo ofuscando o brio.

Marginalizados pela opressão, 

Impotentes, sem direito à indagação. 


sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Do alto da janela


Está tudo tão confuso,

Neste lugar tão obtuso.

Ultimamente,  em silêncio,

Tem andado a minha mente.

Nada acontece de diferente, 

Conflagrado ambiente. 

Confesso que não gosto, como?

Dessa iminente situação. 

A perspicácia feito água parada,

Sem nenhuma exatidão. 


Qual será o intuito,

Nessa grande imensidão?

Onde nos destruímos,  involução, 

Recriando holocaustos.

Condenando-nos a próxima sorte,

Ao futuro nenhum norte.

A futilidade como válvula de escape, 

A superficialidade como engajamento. 


Aqui jaz o meu corpo, 

Nenhum motivo para continuar,  mudança. 

A turbulência sugando a bonança, 

Nada de reconhecimento. 

Do julgamento,  o entretenimento, 

Ainda por descobrir a razão. 

Navegando por um mar aberto,

Sem hesitar a direção. 

Faço-me aos desmantelos,

A nau a deriva,

Com o foco nas perspectivas. 


Observando com cautela, 

Mesmo no alto da janela. 

Escolhendo o que devo ser,

Redescobrindo o prazer.

De qualquer maneira for, 

Com dignidade e louvor.


No íntimo a conexão, 

Fora de moda a retratação. 

Tranquila a consciência, 

Tramando com segurança a paciência. 

Um passo de cada vez,

Caminhando com altivez. 


quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Alheios pecados


Sinto-me letárgica em stand by,

Trilhando um caminho,

Acredito não ser o meu.

Porque não faz nenhum sentido,

Em qual momento, 

O meu brilho foi ao leu?


Por mais que eu tente,

Fazer diferente.

Não se encaixam as peças,

Não vejo a esperança. 

Uma pesada sentença, 

Talvez de uma quase morte.

Tornando-me impotente, 

Na reviravolta descrente.


No peito bate forte a abstinência, 

Da leveza do levitar.

Cessando por longas horas,

Os pássaros bailando pelo ar.

Bolas de sabão suspensos ao vento,

Aqui dentro um lamento.


Tenho saudades do que já fui outrora,

Onde nada mais me prendia, nostalgia. 

O teletransporte pela força do pensamento, 

O que sobra hoje é a falta de vontade. 

Presa nesta atmosfera densa,

O espírito desejando a liberdade. 

Do ir e vir perder o medo,

A mercê de alheios pecados.


A mente antes agitada,

Está quieta.

Do levitar falta a sensação, 

O corpo transmuta na hibernação. 

Cadê o frio na barriga, 

Aquele causado pela expectativa?


Os dias se tornaram frios,

Totalmente sem cor.

Derramando-se o mundo,

Em completo desamor.


Sobrevivendo em meio aos caos,

Por labirintos que se cruzam na imperfeição. 

Nos destinos perdidos nas bifurcações, 

Anestesiando as emoções. 

Tornando-nos animais irracionais,

Entrelaçados pela fria involução. 


terça-feira, 12 de agosto de 2025

Ser Entrante


Mergulhei de cabeça, 

Perdi-me na insanidade, 

Deste denso lugar.

Encontrei-me por linhas paralelas, 

Na dádiva do despertar,

Na total asfixia, sem ar.


Para a grande maioria a perdição, 

Ao meu Eu Superior a salvação. 

Fazendo jus ao meu papel,

Fugindo de todo o escarcéu. 

A ilusória alienação, 

Perdendo-se em vícios. 

Sou desse modo,

A princípio,  

Na geração da vida.

Em meio à turbulência, 

Na loucura dessa espiral. 


Onde não me reconheço, 

Talvez seja um Ser Entrante.

Caído sem para quedas, 

Nestas terras distantes. 

A mercê do volitar,

Tomada por nova consciência, 

Clamando por justiça.

Não me acostumando com a banalidade, 

O que é transparência é de verdade?


Os dias correndo em ritmo lento, 

Um olhar seguro para dentro. 

De si, vasculhando cada recôndito, 

No esconderijo da alma.

Expressando toda a calma,

Enquanto,  tudo gira ao redor.

Alimentando-se do próprio amor,

Como os outros a enxergam,  inevitável, 

Não tem problema. 

O foco está em fugir dos dilemas, 

Impostos por lutas corriqueiras. 

Fomentando as aventuras, 

Colocando lenha na figueira,  estresse.


É apenas uma fase,

Logo depois vem a abundância. 

Envolvendo-nos em seus braços, 

A tranquilidade em largos passos. 

Reconheço-me nesses momentos, 

Longe de toda agitação. 

Com papel e caneta na mão, 

Aquecendo o meu coração. 


Tenho as minhas particularidades, 

O modo de enxergar o mundo diferente. 

Será que sou originária de outro Planeta?

Isso é o que me faz ser gente,

Não contaminada pela antipatia. 

E pelo desprezo de alguns,

Coloco-me no pódio, 

A número um.


Reestruturando-me –

Quando necessário. 

Acolhendo-me –

No meu aquário.

Improvisando a catapulta, 

Emergindo-me –

Longe de qualquer disputa.

Recriando-me –

Reconectando-me –

Com a minha ancestralidade,

Não somente dessa,

Como de outras dimensões. 

Pois, são eles que me salvam dos perigos, 

Os que me dão abrigo. 

Arrefecem as distrações, 

Colocando-me no verdadeiro caminho.


Embora, contemplando a solitude,

Essa é a minha virtude. 

Às vezes, com a pitada da solidão, 

Mostrando-me que estou humana. 

Sentindo na pele,

Cortando na carne –

Os desprazeres  nesta constante ebulição. 


sábado, 9 de agosto de 2025

Quimera da poesia


O pavor -

O medo -

O ciclo de terror -

O circo do horror!


Ameaças em forma de estrondos,

Não há mira,

Nem o alvo certo.

Disparos de fuzis, trajetórias aleatórias,

Atravessando paredes  -

Sem aviso,

Estraçalhando corpos. 

A derradeira gota de sangue,

A transbordar o copo.

A falta de consciência, 

Por mero capricho,

Pelo arrefecimento de zelo.

Onde não há compaixão, 

O que sobra é ambição. 

Por quem vende mais, 

Pelo lucro positivo. 

Afrontando o poder,

A dor em demasia.

Aprisionando a população, 

Nesta completa loucura.

Contagiante  insanidade, 

Acinzentada realidade –

Desfazendo a felicidade. 


Qual será o futuro da humanidade,

Descendo ladeira abaixo?

Comportando-se feito lixo,

Transformando-se em farrapos.

Sem nenhuma mensura de gentileza, 

Opiniões diversas, dividindo  mesas.

Os devaneios do luxo,

O mesmo que trajando trapos.

Na retórica do retrocesso, 

Acertando em cheio, a meta do processo. 

Dando conta do recado,  a imaturidade, 

A violência impondo guarita.

Os governantes saciando as estatísticas, 

Jogando mais lenha na fogueira. 

Deste ardente caos, 

A vida alheia em tremendo vendaval.


Quem foi que recriou a ilusão distópica,

Distorcendo o que realmente era para ser.

Individualizando o prazer,

Aos rejeitados a triste sina.

Apenas mais um em meio à multidão, 

Essa é a tola constatação. 

Abnegando os semelhantes, 

Vestindo-se de papel principal. 

Aos outros,  simples coadjuvantes, 

Nessa transloucada Torre de Babel. 

Roubando-lhes completamente a memória, 

Pondo terrível fim na história. 

Como quem aniquilasse uma barata,

Por detrás das costas, fechando a porta.


Os periféricos se mantém firme na esperança, 

Por dias melhores, menos cobranças. 

Não ser subjugado, jogados à traças, 

Respirar livremente,

Andar tranquilamente. 

Respaldado todos os direitos, 

E não mergulhados em deveres,

Não mais forjados nos afazeres.


Será apenas um sonho,

Na quimera de minha poesia?

Acabar de vez com a hipocrisia, 

Deixando iluminado o amanhecer, 

Sem ao menos perecer?


quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Sociedade devastada

 


Transformaram a Terra,

Em um caos efervescente. 

O genocídio evidente, 

Aplausos para a guerra.


Opiniões se tem, em tudo,

Raciocínio lógico,  confuso. 

Mentes perturbadas,  obtuso,

Miscelânea – Crimes e pecados. 


O que será do futuro?

Surgindo mais apuros.

Nesta sombria imersão, 

É o fim, a constatação. 


Negando aos seus os direitos, 

Um aperto no peito.

Sufocados, milhares de afazeres,

Somando-se vão os deveres.


Alimentando-se a polarização, 

Neste teatro fajuto, discriminação. 

O medo movimentando a fornalha,

Deste Estado sem caráter,  canalha.


Encenando ações controladas, 

A população em riscos, consternada.

Nunca houve a Pátria Mãe Gentil, 

Tratando-nos de modo hostil. 


Usurpando os recursos naturais, 

Na geopolítica,  áreas de expansões.

Fomentando os gastos,  luxuosos currais,

Aos menos favorecidos,  as exclusões. 


Até quando continuarão as manipulações?

Aos pobres, arbitrárias incursões. 

O poderio bélico cravado na carne,

Distorcendo a moral,  o cerne.


Desafiadoras são as emoções, 

Agimos sem ao menos saber, impressões. 

A criança desde cedo, tática de guerrilhas, 

Sobreviventes ou não da matilha.


O alívio ao cessar o perigo,

Respiração ofegante,  assustada. 

Procurando no outro o abrigo, 

Na sociedade devastada. 


Legado de proteção



Há quem não compreenda,

Mas sigo os meus caminhos.

Encontro poucos percalços,

Buscando alinhamentos, espinhos.

Ainda mais sentindo dor,

No peito o desconforto. 

Redescobrindo novas aventuras, 

Por minha simples essência. 


O meu espírito volita, 

E ele necessita ir em outros rumos,

Sabe onde cuidar e o que ser curado.

Não importa como,

Só tenho a ânsia de me anestesiar dessa realidade –

Através do meu canal de escrita.


Na deslealdade alheia,

Consciente ou não.

Que sem nenhum cuidado, 

Condenam-me por ser diferente, 

Por não pensar como os iguais. 

Espalhando a sua penumbra, 

Disseminando o caos que os mantém cegos,

E, aprisionados em a mesma densidade. 


Não quero me tornar apenas mais um,

Moldando-me em sua fria estatística. 

Pois sou fogo ardente em meus pensamentos,

Que me inebriam –

Fortalecendo o meu elo com o extraordinário, 

Desenvolvendo o meu Eu Invisível. 


Não me importa nenhum um pouco, 

Se “eles” não me notam, escapatória. 

É benéfico que me mantenham longe de seu radar nefasto, 

Essa é a minha proteção  -

Gratidão!


sábado, 2 de agosto de 2025

Crônica de 31/08/2.025


Ao externo...

Aparente tranquilidade. 

Mas por dentro, no interior...

Uma constante inquietação, 

Sem conseguir me deter na concentração. 

Talvez por algum distúrbio físico,  

Consequência da enxaqueca. 

Ou ainda pela densidade que, mesmo me blindando, mina as nossas forças como água em um conta gotas, derrubando os alicerces.


O que me prende?

O que me mantém nesse lugar inóspito?


Pode parecer estranho...

Posso ser a estranha!

A sensação de ter caído de paraquedas sem explicação. 

Porém,  não me sinto parte desse lugar.

Porque não consigo ser e nem aderir a massa que vai batendo tudo em um igual contexto, ficando homogênea e sem graça, tornando todos semelhantes. 

E se você não consegue digerir ou pensar semelhante, sem o menor resquício de remorso, é julgado e jogado para fora sofrendo perseguições. 


Antes me sentia fora do eixo, mas de um bom tempo para cá tenho a percepção de agir da maneira correta.


O “eles” não importa!


O extraordinário,  o Eu invisível que há dentro de mim, expandindo-se de forma coerente, trilha todo o sentido diante do caos, imposto pela maldade humana.

Não preciso me respaldar e nem entrar na mesma sintonia.


É tudo extremamente mágico –

Quando permitimos que tudo realmente seja!


Cessar para pensar, refletir e fugir diante das sombras, levitando por cima dessa espiral que deseja tão somente sugar as nossas energias do bom entendimento.


Há toda uma egrégora da nossa ancestralidade nos apoiando e acolhendo no momento oportuno. 

Basta com que permitimos, fornecendo a permissão para que realmente aconteça. 


Sejamos luz!


Gratidão!


sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Carta para Agosto 2.025


O passado deixo para trás.

O velho – 

Tranco-o em um baú de lembranças.

Vivo o novo -

Energizada pela luz do amanhecer. 

O tempo é o meu maior aliado, 

Presenteando-me com o calor oportuno que enleia o meu coração. 


Agosto –

Seja bem vindo!

Resplandecendo os seus trinta e um dias de paz,

Consigo trazendo a prosperidade de um lugar com menos armas, com menos guerras.

Com toda a transmutação da luminescência de nossas almas.

Mesmo com todo esse silêncio gritando dentro do meu ser ecoando na mente, 

Transfigurando-me minuciosamente. 

Ressoo na vibração da Natureza,

Conecto-me com as suas raízes, realizando a fotossíntese na iminente ascensão, buscando-a a cada dia.

Não importa o que aconteça e,  nem o que os demais desejam...

Sou o meu ponto de ebulição,

O portal para outras dimensões –

Volitando pelo espaço sideral. 

Tudo bem...

Se você não acredita, não faz mal.


Escolho-me!

Acolho-me!

Transbordo-me!

Brindo-me com o licor mais saboroso da vida:

O prazer de ser quem eu sou em meio à tantas turbulências que encontro pelo caminho.


O anseio é tão somente único, 

Na imersão contemplativa,

Através do reflexo da própria existência. 


A Natureza é a maior dádiva que podemos receber através de seus recursos naturais e sobrenaturais. 

Gratidão por todos os seus esforços, embora, não sabendo preserva-la,

Ofuscando toda a sua magnitude. 

Saúda-la e protege-la é um sinal de bem que reflete em nosso ser. 

Tanto tem a nos oferecer desde o ar puro quanto a água límpida,

O orvalho à noite para quebrantar a densidade que nos rodeia. 


Agosto...

Muitos falam que é um mês ruim...

Mas é um novo ciclo para cessarmos e refletir:

O que podemos realizar para que a vida seja mais leve?

O Planeta Terra é um ser vivo...

O que é necessário para não mais faze-lo sofrer com tantos desmandos diante da poluição e agonia de nossos animais.

Somos partes importantes nesse processo. 


O amadurecimento espiritual e intelectual  vem quando decidimos ser pessoas melhores contribuindo para o bem e acolhimento humano. 

Do contrário,  só seremos mais  um número desperdiçando o que a Terra tem de valor para nos oferecer. 


E Agosto?

Que você seja lindo!

Oferecendo-nos paz e harmonia!


Sejamos luz!


Gratidão