Sou feita de luz,
Mas em mim também existem as sombras.
Uma sensação não tão doce,
Amargo e talvez agridoce.
Encobrindo o passado,
Confissões e redescobertas imprevisíveis.
Escolhas alheias significativas,
Que também deixaram as suas marcas.
Não sou imune ao que acontece ao meu redor,
Perguntas –
Pensamentos intrusivos,
Pairam sobre a minha mente,
Às vezes, frágeis,
Como os compassos de uma canção.
Quem realmente sou?
O que estou realizando aqui?
Realmente este é o meu lugar?
Que legado irei deixar?
Qual é o mundo que deveria conhecer?
Vários pontos de interrogações,
Flutuam quando fecho os olhos.
A alma me levando em outra direção,
Uma viagem por dimensões paralelas.
Divididos por camadas,
Vivenciando novas experiências.
Enquanto, o meu corpo paralisado,
Jaz sobre a cama,
Sobrevive aos trancos e barrancos –
Por uma densidade meio mórbida.
É tudo tão subjetivo,
Nessa realidade totalmente fora de equalização.
O que esperar de um lugar -
Que te entrega o contrário do que se deseja?
Um turbilhão de sensações,
Espalhando-se pela aura tão incomum,
Quanto a um corpo caindo em um completo abismo.
A estranheza do espaço físico,
Em nada se reflete a minha personalidade.
Apesar do calor surreal,
As pessoas se tornam frias
Agindo de um modo claro,
Alimentando-se do ego.
Onde o prazer volúvel,
E cada vez mais desproporcional.
Sempre em primeiro lugar,
Antes de todo e qualquer sentimento de empatia.
Talvez esteja fadada desde o início da concepção,
De nunca ser escolhida,
Mas sim, de escolher -
Para no final, terminar como a preterida.
Não tem importância!
Com o tempo aprendemos a lidar com as circunstâncias da vida adulta.
Você amadurece...
Ou amadurece.
No entanto, nem tudo acontece da forma a qual a imaginamos.
E, este mesmo velho tempo,
Vem nos mostrar:
Muitos distanciamentos se dão –
Para nós transformar em pessoas,
Mais fortes e resilientes.
E, desse modo, de não nos privar,
Mas nos dedicar à realização –
Do que mais amamos,
No meu caso, a escrita.
Não são todos que estão aptos,
À acrescentar o que desejamos em nossas vidas.
Ainda mais quando se é alguém desperto,
E observa o mundo,
Percebendo que nem tudo é o que aparenta ser.
Como disse,
Escolhas são fatos em nossas vidas.
Não nos colocarmos em perigo,
É uma delas.
Abnegar-se de momentos,
Não colocando o essencial em risco,
É um grande avanço,
Para que possamos trilhar nessa jornada mágica,
Dando margem para uma expansão de consciência,
Levando a abertura de novos mundos interdimensionais.
Não importa como os outros interpretem,
Deliberando julgamentos toscos e mesquinhos.
O agir pelo ego,
Só nos colocará no mesmo patamar dos adormecidos.
Conscientes ou não,
Cada um sabe o que é melhor para si.
“Antes só do que mal acompanhada”!
E nesse caminho de solitude,
Sigo me reconhecendo.
Porque observando algumas pessoas,
Aprendo aquilo que não desejo,
Ao meu cotidiano e para a vida.
Já passei por muitas turbulências,
Às quais consegui sobreviver –
Com cicatrizes na alma,
E também no corpo.
São através delas,
Que procura tecer o equilíbrio.
Nessa nada incomum trilha,
Denominada Planeta Terra.
Não pense que é fácil –
Pois não é,
Manter a sanidade mental.
Neste lugar onde se é obrigado,
A lidar com todo tipo de gente,
Fazendo com que prefira mil vezes,
A companhia dos animais.
Porque são eles que aliviam as tensões do dia a dia,
Onde podemos nos deparar,
Com a ignorância ou conflito armado.
Por isso, busco a concentração,
E não a perfeição.
Posso não me sentir daqui,
Mas estou aqui!
De alguma maneira,
Contribuindo com algo necessário e justo.
Protegida por minha egrégora de ancestralidade.
Fugindo de outras prisões,
Confinada em meu reduto interior.
No momento em que escolhas são fundamentais,
Para cavalgar em uma grande floresta -
Em minha fértil imaginação.
Antes a solitude -
Do que conviver,
Com o que não é verdadeiro.
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