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segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Carta ao tempo

 


Sou feita de luz,

Mas em mim também existem as sombras.

Uma sensação não tão doce,

Amargo e talvez agridoce. 

Encobrindo o passado,

Confissões e redescobertas imprevisíveis. 

Escolhas alheias significativas,

Que também deixaram as suas marcas.


Não sou imune ao que acontece ao meu redor,

Perguntas –

Pensamentos intrusivos, 

Pairam sobre a minha mente,

Às vezes, frágeis,

Como os compassos de uma canção. 


Quem realmente sou?

O que estou realizando aqui?

Realmente este é o meu lugar?

Que legado irei deixar?

Qual é o mundo que deveria conhecer?

Vários pontos de interrogações, 

Flutuam quando fecho os olhos.


A alma me levando em outra direção, 

Uma viagem por dimensões paralelas. 

Divididos por camadas,

Vivenciando novas experiências. 

Enquanto,  o meu corpo paralisado,  

Jaz sobre a cama,

Sobrevive aos trancos e barrancos –

Por uma densidade meio mórbida. 

É tudo tão subjetivo, 

Nessa realidade totalmente fora de equalização.


O que esperar de um lugar  -

Que te entrega o contrário do que se deseja?

Um turbilhão de sensações,

Espalhando-se pela aura tão incomum, 

Quanto a um corpo caindo em um completo abismo. 

A estranheza do espaço físico,

Em nada se reflete a minha personalidade. 

Apesar do calor surreal,

As pessoas se tornam frias 

Agindo de um modo claro, 

Alimentando-se do ego.

Onde o prazer volúvel,

E cada vez mais desproporcional.

Sempre em primeiro lugar, 

Antes de todo e qualquer sentimento de empatia.


Talvez esteja fadada desde o início da concepção,

De nunca ser escolhida,

Mas sim, de escolher  -

Para no final, terminar como a preterida.

Não tem importância!

Com o tempo aprendemos a lidar com as circunstâncias da vida adulta. 

Você amadurece...

Ou amadurece.


No entanto,  nem tudo acontece  da forma a qual a imaginamos.

E, este mesmo velho tempo,

Vem nos mostrar:

Muitos  distanciamentos se dão –

Para nós transformar em pessoas,

Mais fortes e resilientes.

E, desse modo, de não nos privar,

Mas nos dedicar à realização –

Do que mais amamos, 

No meu caso, a escrita.


Não são todos que estão aptos,  

À acrescentar o que desejamos em nossas vidas.

Ainda mais quando se é alguém desperto, 

E observa o mundo,

Percebendo que nem tudo é o que aparenta ser.


Como disse,  

Escolhas são fatos em nossas vidas. 

Não nos colocarmos em perigo,

É uma delas.

Abnegar-se de momentos,

Não colocando o essencial em risco, 

É um grande avanço,

Para que possamos trilhar nessa jornada mágica, 

Dando margem para uma expansão de consciência,

Levando a abertura de novos mundos interdimensionais.


Não importa como os outros interpretem, 

Deliberando julgamentos toscos e mesquinhos.

O agir pelo ego,

Só nos colocará  no mesmo patamar dos adormecidos.

Conscientes ou não, 

Cada um sabe o que é melhor para si.


“Antes só do que mal acompanhada”!


E nesse caminho de solitude, 

Sigo me reconhecendo.

Porque observando algumas pessoas,  

Aprendo aquilo que não desejo,

Ao meu cotidiano e para a vida.


Já passei por muitas turbulências,

Às quais consegui sobreviver –

Com cicatrizes na alma, 

E também no corpo.

São através delas,

Que procura tecer o equilíbrio.

Nessa nada incomum trilha, 

Denominada Planeta Terra. 


Não pense que é fácil –

Pois não é,

Manter a sanidade mental.

Neste lugar onde se é obrigado,

A lidar com todo tipo de gente, 

Fazendo com que prefira mil vezes,

A companhia dos animais. 

Porque são eles que aliviam as tensões do dia a dia, 

Onde podemos nos deparar, 

Com a ignorância ou conflito armado. 

Por isso,  busco a concentração,  

E não a perfeição. 


Posso não me sentir daqui,

Mas estou aqui!


De alguma maneira,

Contribuindo com algo necessário e justo.

Protegida por minha egrégora de ancestralidade. 

Fugindo de outras prisões,  

Confinada em meu reduto interior.

No momento em que escolhas são fundamentais,

Para cavalgar em uma grande floresta  -

Em minha fértil imaginação. 


Antes a solitude  -

Do que conviver,

Com o que não é verdadeiro. 


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