Como mudar essa realidade,
Que sem ao menos pedir licença,
Vem e nos atropela?
Causando grandes estragos,
Tão de surpresa -
Atravessando os nossos caminhos.
Qual é o lugar mais seguro?
Se é que ele existe.
Vagamos incrédulos,
Pelas ruas correndo riscos.
A mercê de qualquer tipo de violência,
Que pouco a pouco –
Destrincha a nossa alma,
Fazendo-nos vagar feito zumbis,
Transformando o peito, pedra de gelo,
Coração de aço.
Seguimos em completo desatino,
Por trilhas que os pés reconhecem,
Mas as sensações não são de alívio –
No mar revolto da ansiedade.
A qualquer estampido,
Sobressaltos e gritos de pavor.
Não precisa ir muito longe,
Ali acampados na esquina –
Ressurgem as ameaças.
Não tem idade,
O desespero humano.
Na luta pela sobrevivência,
Vem desde criança.
Gerações sobre pressão,
Será que veremos alguma mudança?
Neste bombardeio de informações,
As fakes news e suas vítimas.
Um país amordaçado pela corrupção,
Respirando a base de aparelhos –
Olhos incrédulos pela consternação.
O Estado omisso -
A consciência pesada,
Dorme tranquilamente mais uma noite.
Para que se preocupar,
A segurança calibrada,
Não protege a quem deveria.
Na labuta diária,
O pobre trabalhador –
Levanta aos açoites,
De uma vida negligenciada.
Fugindo dos tiroteios,
Terrenos hostis.
Em qualquer hora,
Não há momento –
Interrompendo o itinerário,
Da longa jornada.
Onde está o prazer?
O sopro da satisfação,
Pelas conquistas –
Assistimos perecer.
Em alguma tela disponível,
O antagonismo da felicidade.
Deparamo-nos com a fria verdade,
Aguardando o descanso incrível -
O que não mais terá, o justo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário