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terça-feira, 12 de novembro de 2024

Transmutação da realidade

 


Como mudar essa realidade, 

Que sem ao menos pedir licença, 

Vem e nos atropela?

Causando grandes estragos, 

Tão de surpresa  -

Atravessando os nossos caminhos. 

Qual é o lugar mais seguro?

Se é que ele existe.


Vagamos incrédulos,

Pelas ruas correndo riscos.

A mercê de qualquer tipo de violência, 

Que pouco a pouco –

Destrincha a nossa alma,

Fazendo-nos vagar feito zumbis,

Transformando o peito, pedra de gelo,

Coração de aço. 


Seguimos em completo desatino, 

Por trilhas que os pés reconhecem, 

Mas as sensações não são de alívio –

No mar revolto da ansiedade. 

A qualquer estampido,

Sobressaltos e gritos de pavor.


Não precisa ir muito longe,

Ali acampados na esquina –

Ressurgem as ameaças. 

Não tem idade,

O desespero humano. 

Na luta pela sobrevivência, 

Vem desde criança. 


Gerações sobre pressão, 

Será que veremos alguma mudança?

Neste bombardeio de informações, 

As fakes news e suas vítimas.

Um país amordaçado pela corrupção, 

Respirando a base de aparelhos –

Olhos incrédulos pela consternação. 


O Estado omisso  -

A consciência pesada,

Dorme tranquilamente mais uma noite. 

Para que se preocupar,

A segurança calibrada,

Não  protege a quem deveria. 


Na labuta diária, 

O pobre trabalhador –

Levanta aos açoites,

De uma vida negligenciada.

Fugindo dos tiroteios,

Terrenos hostis.

Em qualquer hora,

Não há momento –

Interrompendo o itinerário,

Da longa jornada.


Onde está o prazer?

O sopro da satisfação, 

Pelas conquistas –

Assistimos perecer.

Em alguma tela disponível, 

O antagonismo da felicidade. 

Deparamo-nos com a fria verdade, 

Aguardando o descanso incrível  -

O que não mais terá,  o justo.


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