Passagem do tempo

Alucinante a passagem do tempo –

Passa sem ao menos percebermos ou darmos vazão a tudo,

Na diáspora da atmosfera.

A razão, as vezes foge,

Feito areia em nossas mãos.

A igual façanha se espelha em rara beleza,

Como também se torna distorcida com a realidade –

Afunjentando a quimera dos sonhos,

Recriando uma tonalidade sombria.

Cada qual no seu lugar,

Diferentes visões do mundo –

Fomentando incógnitas,

Tropeçando nas próprias pernas.

Onde as estratégias fogem do nosso controle,

Desfazendo a auto incompatibilidade.

***

Não sei o que esperar do futuro...

Pensando bem é algo incerto –

Trabalhamos com probabilidades,

Sem sabermos se receberemos as suas recompensas.

O passado já foi...

Já era...

Não volta mais!

O que podemos constatar é o presente,

O momento de agora, e agradecermos.

Ainda há tempo de sermos gratos por tudo o que conquistamos –

Por cada luta travada –

Por cada batalha conquistada.

E no meio dessa trajetória, reconhecer quem esteve presente, quem se afastou, permitindo a possibilidade de nós reconhecermos, principalmente, reconectarmos com  a energia semelhante.

Quero o que me revigora –

Desejo o que me acrescenta –

Harmonizando a leveza de toques sutis.

Ao que não agrega, deixo para trás:

Soltando-me –

Libertando-me!

Mesmo com os olhos fechados,

Posso sentir a sinergia que me concede.

A espiritualidade –

O farol translúcido –

Cocriando em minha mente um mundo,

Universo paralelo,

Totalmente diferente da realidade.

Deus é quem me direciona,

Através dos meus sonhos.

De sussurros do vento,

Através da brisa leve –

Ou da tempestade.

O que mais importa, senão acreditarmos em nossa capacidade,

No teor de nossa essência.

Essa sim é capaz de transmutar da alquimia mais simples.

Somente o amor nos capacita na transformação do mundo caótico –

E transcender na imensidão do Universo,

Que nos reconecta à outras dimensões.