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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Mergulhados na ostentação



Uma sensação de impotência -

O despertar...

Querer abraçar o mundo,

Com as próprias mãos. 

O que consigo com a realidade, 

É apenas estagnação. 

Um silêncio constrangedor, 

De um Estado omisso. 

Com a vida, 

Sem compromisso. 


Qual é a diferença?

O tanto fez –

Como o tanto faz,

Nenhum modo apraz.

Recriando a Pátria Mãe gentil, 

Da desilusão,

Neste estado febril de putrefação.

Viver de maneira sutil,

Sem abnegação. 


Com quantos paus,

Constrói uma canoa?

Se o tempo escorre feito areia,

Insetos caindo nas teias -

Na ilusão não ressoa.


Rastejando como vermes,

É o que eles querem, humilhação. 

Entoando sucessivamente,  ato de contrição,

Quando nos perdemos nessa imensidão?

Almejando o impossível, 

Mergulhados na ostentação. 

Enquanto,  permanece a gentrificação, 

O tamanho do absurdo. 


Em ordem crescente, 

Vivenciamos a via crucis. 

No calor esfuziante, 

Tomando conta o caos.

Despedaçando a carne,

Ou queimando a pele.


Qual o valor atribuído, 

A cada detalhe  -

Medido pela classe social,

Ou pela cor de nossas dermes?

Uma conta bancária, 

Ainda a inexistência da mesma?

Os dias passando acelerados,

Do contrário,  rastejando igual a lesma.


Na verdade é um grande descompasso, 

Em lentos passos,

Abarrotando bolsos, e não os nossos.

Insaciáveis impostos,

De nada valemos, somos os alvos.

A carne marcada como dispensável,

De um sistema cada vez mais impecável. 

Sobrevivência a pão e água,

O sangue na sarjeta desagua. 

Apenas números, 

Para a vil estatística. 

O cotidiano,  nenhuma perspectiva, 

Emoldurado de concreto e asfalto.

Um espaço cinza e abafado,

No efeito estufa de dessabores,

Perdendo o brilho das cores. 


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