Uma sensação de impotência -
O despertar...
Querer abraçar o mundo,
Com as próprias mãos.
O que consigo com a realidade,
É apenas estagnação.
Um silêncio constrangedor,
De um Estado omisso.
Com a vida,
Sem compromisso.
Qual é a diferença?
O tanto fez –
Como o tanto faz,
Nenhum modo apraz.
Recriando a Pátria Mãe gentil,
Da desilusão,
Neste estado febril de putrefação.
Viver de maneira sutil,
Sem abnegação.
Com quantos paus,
Constrói uma canoa?
Se o tempo escorre feito areia,
Insetos caindo nas teias -
Na ilusão não ressoa.
Rastejando como vermes,
É o que eles querem, humilhação.
Entoando sucessivamente, ato de contrição,
Quando nos perdemos nessa imensidão?
Almejando o impossível,
Mergulhados na ostentação.
Enquanto, permanece a gentrificação,
O tamanho do absurdo.
Em ordem crescente,
Vivenciamos a via crucis.
No calor esfuziante,
Tomando conta o caos.
Despedaçando a carne,
Ou queimando a pele.
Qual o valor atribuído,
A cada detalhe -
Medido pela classe social,
Ou pela cor de nossas dermes?
Uma conta bancária,
Ainda a inexistência da mesma?
Os dias passando acelerados,
Do contrário, rastejando igual a lesma.
Na verdade é um grande descompasso,
Em lentos passos,
Abarrotando bolsos, e não os nossos.
Insaciáveis impostos,
De nada valemos, somos os alvos.
A carne marcada como dispensável,
De um sistema cada vez mais impecável.
Sobrevivência a pão e água,
O sangue na sarjeta desagua.
Apenas números,
Para a vil estatística.
O cotidiano, nenhuma perspectiva,
Emoldurado de concreto e asfalto.
Um espaço cinza e abafado,
No efeito estufa de dessabores,
Perdendo o brilho das cores.
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