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sábado, 28 de dezembro de 2024

Almas frágeis

 


Por mais que desejamos, 

Por mais que precisamos de respostas, 

Tudo simplesmente –

Paira sobre as nossas cabeças, 

Feito uma nuvem de fumaça  -

A poluição. 

Perdendo-se vidas jovens, 

Diante do caos.

Crianças inocentes, 

Pagando um auto preço.

Pela negligência,

Em nome de uma histeria generalizada.

A ordem da despedida, 

Completamente alterada.

Onde a vida e a morte,

Dançam lado à lado. 

Contornando os perigos, 

De mãos dadas.

Rodeando-nos a densidade, 

A falta de abrigo.


Flertamos com o mal,

A falta do bom senso,

Passando bem longe da educação. 

Empurrando para debaixo do tapete,

O respeito. 

Seres humanos sem a menor compaixão, 

Apertando o gatilho,

Quem estará na direção?

Não importa quem seja,

O sangue esvaindo pela sarjeta.

Engessando a razão, 

De quem foi a decisão?


Roupas e ruas manchadas pela cor de carmim,

Mais sangrenta e cruel – 

A retomada de território. 

A cada hora, novas vítimas, 

Quem não tem nada haver,

Paga o pato, crime vil.

Crescente números, 

Multiplicando as estatísticas. 

Sem a menor responsabilidade,

Normalizando a realidade. 

Mais um, dois, três... Vinte!


Para quê a comoção?

Está fora da moda,

O cotidiano de quem fica.

Seguindo em frente, 

Disfarçando a própria dor.

Ao final do ano,

Contabilizando a retrospectiva. 

Sentirá na pele,

A própria família. 


Para quê lamentar?

Para quê protestar?


O Governo brasileiro, 

Não pensa,

Não escuta,

Não ver.

Ouvidos de mercador –

Em sua labuta diária. 

Punindo sem piedade, 

Cidadãos descrentes. 

Seguindo a fila indiana, 

Sobrevivendo ou não. 

Em mais uma disputa,

O entrevero.

Aguardando ser o próximo, 

Na linha de fuzilamento. 

Aguardando a chance,

Abrigando-se em algum lugar.

Ao final, a comemoração, 

Como a conquista de campeonato de futebol. 


Nesta guerra desleal, 

Lados opostos. 

Matando-se à troco de nada,

Para enriquecer quem mais tem.

Batalhas sangrentas,

Para entreter a quem convém. 


No final das contas,

Poderia haver a união. 

Reuniões fraternas,

A confraternização. 

Mas vivemos às margens, 

De um país polarizado –

Pudera gentrificado,

Em perfeito estado de putrefação. 


Vidas dizimadas –

Sonhos perdidos –

Futuro contestado -

Qual a explicação?


Pessoas desamparadas,

Pelo poder paralelo armadas.

Largadas ao Deus dará,

Julgando-se maior na missão diária -

Almas frágeis em busca de salvação. 


Por onde caminhamos?

Vagamos por quais dimensões?

Em quais momentos da história,

Cometemos erros?

O ego –

A ambição  -

Fazendo parte da trajetória. 


À todo instante, 

Aniquilando-nos.

Saindo pela tangente,

O coração pulsando veemente. 


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