Por mais que desejamos,
Por mais que precisamos de respostas,
Tudo simplesmente –
Paira sobre as nossas cabeças,
Feito uma nuvem de fumaça -
A poluição.
Perdendo-se vidas jovens,
Diante do caos.
Crianças inocentes,
Pagando um auto preço.
Pela negligência,
Em nome de uma histeria generalizada.
A ordem da despedida,
Completamente alterada.
Onde a vida e a morte,
Dançam lado à lado.
Contornando os perigos,
De mãos dadas.
Rodeando-nos a densidade,
A falta de abrigo.
Flertamos com o mal,
A falta do bom senso,
Passando bem longe da educação.
Empurrando para debaixo do tapete,
O respeito.
Seres humanos sem a menor compaixão,
Apertando o gatilho,
Quem estará na direção?
Não importa quem seja,
O sangue esvaindo pela sarjeta.
Engessando a razão,
De quem foi a decisão?
Roupas e ruas manchadas pela cor de carmim,
Mais sangrenta e cruel –
A retomada de território.
A cada hora, novas vítimas,
Quem não tem nada haver,
Paga o pato, crime vil.
Crescente números,
Multiplicando as estatísticas.
Sem a menor responsabilidade,
Normalizando a realidade.
Mais um, dois, três... Vinte!
Para quê a comoção?
Está fora da moda,
O cotidiano de quem fica.
Seguindo em frente,
Disfarçando a própria dor.
Ao final do ano,
Contabilizando a retrospectiva.
Sentirá na pele,
A própria família.
Para quê lamentar?
Para quê protestar?
O Governo brasileiro,
Não pensa,
Não escuta,
Não ver.
Ouvidos de mercador –
Em sua labuta diária.
Punindo sem piedade,
Cidadãos descrentes.
Seguindo a fila indiana,
Sobrevivendo ou não.
Em mais uma disputa,
O entrevero.
Aguardando ser o próximo,
Na linha de fuzilamento.
Aguardando a chance,
Abrigando-se em algum lugar.
Ao final, a comemoração,
Como a conquista de campeonato de futebol.
Nesta guerra desleal,
Lados opostos.
Matando-se à troco de nada,
Para enriquecer quem mais tem.
Batalhas sangrentas,
Para entreter a quem convém.
No final das contas,
Poderia haver a união.
Reuniões fraternas,
A confraternização.
Mas vivemos às margens,
De um país polarizado –
Pudera gentrificado,
Em perfeito estado de putrefação.
Vidas dizimadas –
Sonhos perdidos –
Futuro contestado -
Qual a explicação?
Pessoas desamparadas,
Pelo poder paralelo armadas.
Largadas ao Deus dará,
Julgando-se maior na missão diária -
Almas frágeis em busca de salvação.
Por onde caminhamos?
Vagamos por quais dimensões?
Em quais momentos da história,
Cometemos erros?
O ego –
A ambição -
Fazendo parte da trajetória.
À todo instante,
Aniquilando-nos.
Saindo pela tangente,
O coração pulsando veemente.
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